O costume de homenagear aqueles que acabaram de falecer é muito mais antigo do que alguns pensam. Não se trata simplesmente de ritual, mas também da necessidade de se despedir e processar o luto. Há muito mais a respeito desse processo em torno da morte. Por exemplo, você entende o que é o sepultamento?
Apesar de não ser uma palavra incomum, nem todos entendem seu significado ou sua origem. Aliás, desde que surgiu, ele também evoluiu de várias formas. Tudo de acordo com a cultura local e as necessidades de cada população. Acompanhe e entenda melhor o que é o sepultamento, suas origens e algumas de suas principais mudanças ao longo da história.
Qual é a origem do sepultamento?
O sepultamento é um ritual que envolve o enterro do falecido, acompanhado de homenagens e diferentes práticas, de acordo com o costume local. Suas principais características são o uso de uma urna funerária e a escolha de um local adequado, como um cemitério ou santuário familiar.
O costume de enterrar os corpos dos falecidos se dá desde a pré-história. Há evidências de que os neandertais já tinham essa prática. O motivo, alguns teorizam, era a necessidade, já que deixar o corpo exposto logo atrairia predadores. Com o passar do tempo, o sepultamento passou a ter outros significados culturais.
Como esse ritual evoluiu ao longo do tempo?
O tratamento adequado dos falecidos é algo que surgiu por conta própria em diferentes culturas. Afinal, todas as pessoas passam pelo luto e desenvolvem suas formas de responder a esses sentimentos.
No antigo Egito, por exemplo, faraós eram embalsamados e preservados em grandes pirâmides, as quais representavam os raios de sol. Já para os romanos, a preferência era pela cremação, com o enterro sendo considerado uma maneira indigna de sepultamento, reservada apenas para criminosos.
Já o sepultamento como o entendemos hoje no mundo ocidental tem sua principal origem na idade média, com a igreja católica. O costume de enterrar o corpo foi mantido do povo hebreu, mas ganhou uma nova dimensão. Os corpos eram sepultados exclusivamente em igrejas católicas, o que demandava um grande número de igrejas nas principais cidades.
Como é feito o sepultamento em diferentes culturas?
Claro, o catolicismo não foi a única religião que desenvolveu seus próprios costumes para as cerimônias de sepultamento. Dependendo da sua origem cultural, dos costumes, das práticas religiosas e das necessidades materiais, esses rituais também podem ser bastante distintos. Veja alguns exemplos, a seguir.
México
O México é um dos países mais famosos pelo modo como a população lida com a morte. Lá, esse momento não é visto como o fim, mas como uma forma de libertação de tudo o que não é realmente importante. Por esse motivo, seus rituais fúnebres quase sempre envolvem festas e homenagens alegres.
Antes de iniciar o sepultamento, é comum que os familiares andem pela cidade. As crianças até recebem pequenas lembranças dessas datas. A morte tem outro significado, o que muda também a experiência do luto.
Isso culmina no famoso Dia dos Mortos, quando a população realiza uma grande festa coletiva para relembrar seus antepassados. Famílias também se reúnem para fazer a exumação do corpo, que será limpo e venerado.
Japão
No mundo ocidental, boa parte dos serviços funerários é realizada por empresas especializadas. Já no Japão, é esperado que a própria família lide com todos os aspectos do sepultamento. Isso inclui desde a limpeza e a preparação do corpo até a condução das homenagens.
Esses rituais costumam ocorrer na casa da própria família, onde todos se reúnem para partilhar o sentimento de luto. Até as crianças assumem algumas responsabilidades, mesmo que pequenas.
O corpo só deixa a companhia dos familiares no momento da cremação, que é a preferência nos sepultamentos japoneses. As cinzas, então, podem ser preservadas em um altar familiar.
Hinduísmo
A real jornada da alma no hinduísmo está depois da morte. A cada ciclo de reencarnação, há uma chance de aprender e evoluir, até se atingir a iluminação completa. Quando deixa esta vida, é responsabilidade da família ajudar a alma em sua jornada para a próxima.
Sendo assim, o mais importante é a preparação adequada do corpo antes do sepultamento. Além da limpeza, familiares podem colocar pétalas de flores sobre o falecido ou mesmo escrever cartas pedindo para que a alma alcance sua iluminação.
Candomblé
Assim como em muitas outras religiões, o candomblé acredita que a alma persiste após a morte. Mais especificamente, que esse momento é quando a alma se desprende do corpo. A função dos rituais fúnebres aqui é garantir que essa separação ocorra da forma correta.
Para tanto, antes mesmo do sepultamento, são realizados vários ritos com cânticos, os quais devem levar a alma de volta ao seu local de origem. Só então o corpo passa pelo sepultamento. Esse ritual de separação é renovado no ano seguinte e mais três vezes após o primeiro.
Islamismo
Diferentemente dos exemplos que citamos até agora, o sepultamento no islamismo tende a ocorrer o mais cedo possível. As homenagens prestadas pelos familiares são mais breves e solenes. O tempo é usado principalmente para lidar com questões burocráticas relacionadas ao falecimento, além de aguardar a chegada de familiares e amigos distantes.
Como a tecnologia influencia os rituais de sepultamento?
Um ponto que não podemos esquecer é como o avanço das ciências e da tecnologia influencia a prática do sepultamento. Um bom exemplo disso é o embalsamamento, que permite a preservação do corpo por um período mais longo.
Essa técnica abriu novas possibilidades para que familiares mais distantes tivessem a oportunidade de participar dos ritos fúnebres, mesmo estando distantes. Já as ferramentas de cremação permitem um procedimento mais rápido e limpo.
Agora você entende melhor o que é o sepultamento e como ele mudou ao longo do tempo. Além das questões culturais, ele foi afetado pelos avanços nas técnicas e nas ferramentas envolvidas, assim como pelas necessidades materiais. No entanto, sempre preservando a importância dessa despedida.
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