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Celebração do Dia de Finados: como é nas diferentes culturas?

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Certos fenômenos e eventos são adotados em diversas culturas, mesmo que de maneiras diferentes. Um bom exemplo disso é a celebração do Dia de Finados, um feriado da Igreja Católica em que são dedicadas preces àqueles que faleceram.

Porém, como você deve imaginar, essa é uma data que pode acontecer de forma bem diferente a depender da localidade. Afinal, ela é influenciada por como cada cultura lida com o fim da vida e suas homenagens aos falecidos. Existem várias formas de prestar respeito e carinho aos que partiram.

Acompanhe e aprenda um pouco mais sobre a celebração do Dia de Finados e como ela é diferente em várias partes do mundo.

Origem do Dia de Finados

Para a Igreja Católica, 2 de novembro é a data oficial do Dia de Finados. Seus primeiros indícios começaram na Roma Antiga, por influência das sinagogas. Juntamente com o Dia de Todos os Santos, era uma data instituída pelo Papa Gregório IV em 835 d.C. para honrar os fiéis que já partiram.

Porém, sua celebração mais recente remonta principalmente ao final do século 10, com um monge francês que pediu a seus companheiros para que rezassem em cemitérios onde não havia quem rezasse pelos mortos de lá. Essa prática se tornou uma tradição bem difundida, o que levou à oficialização da data para praticar esse ritual.

Porém, mesmo antes desses eventos, o conceito de homenagear aqueles que partiram já existia. Desde a antiguidade, existem procedimentos e rituais nesse sentido.

A celebração do Dia dos Finados representa não apenas uma tradição ou forma de respeito aos falecidos, mas também uma aproximação com a vida. A ideia de que, independentemente do tempo que passe, cada pessoa ainda terá valor e será digna de carinho.

Celebração do Dia de Finados ao redor do mundo

Cada cultura se relaciona de uma forma diferente com o fim da vida. Sendo assim, é natural esperar que haja bastante diversidade em como celebram o Dia de Finados ou outra data com valor equivalente. Veja, a seguir, alguns dos principais exemplos dessas diferenças.

Brasil

Para termos um ponto de referência, vamos falar sobre o Dia de Finados no Brasil primeiro. Aqui, essa é considerada uma celebração solene, com missas dedicadas a orar pelos que já se foram, especialmente os que não são lembrados. Também é comum que parentes visitem os túmulos ou outros locais de memória para visitar os entes queridos que partiram.

Apesar de sua relevância cultural, a data só passou a ser considerada um feriado nacional em 2002. Desde então, além de ser uma data relevante para o catolicismo, o Dia de Finados é feriado nacional oficial.

Espanha

Logo antes do Dia de Finados, vem o Dia de Todos os Santos (1º de novembro). Porém, na Espanha, ambas as datas são celebradas no mesmo dia, com famílias retornando às suas cidades natais e deixando flores nos cemitérios locais.

Com essa reunião, é feita uma grande refeição familiar, que conta com uma sobremesa especial: o huesos de santo, ou “ossos de santo”. É um doce simples feito com marzipã, ovos e calda caramelizada.

Uma diferença entre a Espanha e muitas partes do mundo, incluindo o Brasil, é que o Dia de Finados é considerado uma época de alegria. A população sai na rua em festivais usando roupas coloridas, toca música e se diverte. É como um festival do qual os antepassados ainda fazem parte.

Guatemala

Se você visitar a Guatemala nos dias 1º ou 2 de novembro, provavelmente vai encontrar um céu repleto de pipas coloridas sendo erguidas ao vento. Na cultura local, cada uma dessas pipas simboliza a alma de uma pessoa que já partiu.

Essa parte da celebração começa nos cemitérios, próximo dos memoriais daqueles que já se foram. Além da beleza das cores e das reuniões que o evento proporciona, acredita-se que o som das pipas também é uma forma de manter maus espíritos afastados.

Depois de empinar as pipas, as famílias voltam para casa e têm um banquete juntas. A fartura e a satisfação fecham a celebração do dia.

Haiti

A importância do Dia dos Finados no Haiti é bem clara, pois 2 de novembro é um feriado nacional lá também. Nessa data, os rituais e celebrações são uma mistura dos costumes católicos e da religião vodu, que é a mais praticada no país.

O dia começa bem cedo, com os fiéis indo à missa para fazer suas rezas. Em seguida, vão aos cemitérios de suas famílias para levar flores e fazer suas preces. Essas são práticas comuns em países com forte influência católica.

Junto com isso, os praticantes de vodu realizam oferendas de comida e bebida nos cemitérios, como presentes para os falecidos. O momento é acompanhado de cantigas tradicionais e grandes tambores, usados para acordar o deus dos mortos.

Japão

O Japão tem uma cultura que se desenvolveu de forma distante do catolicismo, e o modo como os japoneses encaram o fim da vida e datas relacionadas é bem diferente.

Seu equivalente ao Dia de Finados é o festival Obon, que tem como data oficial 15 de agosto. Porém, as celebrações começam dia 13 de agosto, totalizando três dias. Esse é o tempo em que famílias se reúnem e se preparam para o retorno das almas daqueles que partiram.

A ideia de que as almas dos falecidos vão retornar é bem forte na cultura japonesa. Por isso, as famílias continuam limpando e cuidando das lápides por bastante tempo.

Outra prática que surge dessa crença é colocação de lanternas em vários locais, como nas ruas, na frente de casa, nos cemitérios ou nos lagos. Segundo a tradição, essas luzes servem como guia para as almas que retornam.

México

Sem dúvida, a celebração mais famosa da categoria é o Dia de Los Muertos (Dia dos Mortos), no México. Trata-se de uma grande festa que dura do dia 31 de outubro até 2 de novembro.

Não é preciso procurar muito para ver alguns dos ícones usados nessas celebrações. As caveiras coloridas e ornamentadas são uma figura recorrente, muitas vezes sendo usadas para simbolizar a cultura do país como um todo.

As casas ficam cheias de familiares e amigos, e todos partilham refeições fartas, aproveitam a música e prestam suas homenagens em altares para os falecidos. Estes são decorados com fotos, objetos pessoais e oferendas de comida.

O clima também vem das próprias ruas, que são decoradas para saudar os antepassados e relembrar a alegria de tê-los por perto. O aspecto mais importante é que essa comemoração não é apenas um momento de dar vazão ao luto ou prestar homenagens, mas, principalmente, uma forma de reviver o legado dos que partiram.

Como você pôde ver, a celebração do Dia de Finados não é a mesma em todo o mundo. Mesmo em culturas onde não a data não é comemorada, é comum que exista algo semelhante. Isso aponta para uma necessidade ou inclinação natural do ser humano: a de rememorar a vida dos que se foram e expressar gratidão pelo legado e memórias deixados, bem como dar vazão à expressão da saudade.

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