Conheça as características dos funerais em diferentes culturas

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Você sabia que existem muitos tipos de funerais em diferentes culturas do mundo? Esse ritual — realizado após o falecimento das pessoas — é bastante tradicional e peculiar e, a depender da visão sobre o pós-morte que cada país tem, acontece de maneiras distintas.

Nesse sentido, algumas populações acreditam que a morte é um momento de libertação; outras, que é uma etapa natural da vida; e outras ainda, que chegou a hora do reencontro de quem faleceu com seus antepassados. De modo geral, seja qual for a crença, existe sempre uma maneira muito característica e singular — talvez até inusitada! — de lidar com o momento da despedida daqueles que amamos.

E para te mostrar como funcionam alguns dos diversos funerais existentes nas culturas de outros países, preparamos este artigo especial, com muitas curiosidades. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre o assunto? Boa leitura!

Os funerais ao redor do mundo

Cada população ao redor do mundo tem suas próprias percepções e entendimentos acerca da morte e de como devem ser tratadas as pessoas que morrem. Essas concepções foram construídas ao longo de muitos anos — de acordo com a história dos países — e estão relacionadas aos ensinamentos transmitidos, na maioria das vezes, de forma transgeracional, ou seja, de geração para geração.

Por isso, existem ritos de despedida que diferem muito dos que são habituais no Brasil. Abaixo, veja alguns exemplos!

Canadá

No Canadá, por conta do clima frio, é comum as pessoas que morrem serem embalsamadas — que é quando os corpos são preservados por meio de técnicas específicas — para serem resguardadas até o momento da cremação ou do sepultamento.

O ritual canadense, em si, não é muito diferente do que conhecemos em terras brasileiras. Porém, em algumas famílias, ele é feito dentro da casa de quem morreu, e os anfitriões costumam oferecer alimentos aos visitantes.

Um fato curioso é que existe uma tendência no país na qual os familiares de quem faleceu solicitam a quem gostaria de homenagear a pessoa que partiu que faça doações a instituições de caridade em vez de comprar arranjos de flores. Interessante, não é?

Estados Unidos

No caso dos funerais estadunidenses, a pessoa que faleceu é colocada em vigilância e oração por alguns dias. Essa tradição possibilita que outros familiares ou amigos que não estejam por perto nos momentos logo após o falecimento possam chegar ao local e homenagear o ente. As homenagens vão desde murais até objetos para serem guardados com a pessoa falecida.

Além das alternativas tradicionais, existem também, no país, algumas opções diferenciadas para o ritual do pós-morte. Entre elas estão a possibilidade de garantir ao falecido um funeral marítimo ou, ainda, sustentável, no qual seu corpo é envolto por um caixão biodegradável.

México

O México tem um dos rituais de pós-morte mais famosos do mundo todo. Isso porque a população mexicana considera o momento da partida uma libertação de tudo aquilo que não é relevante na vida, uma desconexão das vaidades e futilidades. Enfim, quem morreu poderá vivenciar a plenitude.

O funeral mexicano é sempre repleto de muitas homenagens. Os familiares — até mesmo as crianças — fazem cortejos pela cidade, antes do sepultamento, e depois comemoram com muita comida e som alto, relembrando tudo o que o ente querido mais gostava.

Essa visão positiva sobre a morte — misturada com a tristeza e a saudade — é tão predominante por lá que existe, inclusive, a celebração mais importante do México, que é o Día de los Muertos. A comemoração é feita para celebrar a todos que já se foram e que, segundo a tradição, retornam nesse dia para rever seus parentes amados.

Alemanha

Já na Alemanha, os funerais costumam ser mais demorados. A intenção, assim como nos Estados Unidos, é possibilitar que parentes e amigos que moram em lugares mais distantes possam se despedir de quem morreu, portanto o ritual pode levar dias. É costume também que muitas pessoas enviem condolências e mensagens de conforto e carinho aos familiares.

Depois da finalização do rito de passagem, existe o hábito de celebrar o falecido em uma espécie de “reunião afetiva” — geralmente em algum restaurante —, onde a presença de cada um é indispensável. Tanto é assim que declinar do convite é considerado desrespeitoso para com quem já partiu e com a família.

Gana

Você já deve ter visto, em alguma rede social, aquela imagem de vários homens africanos vestidos com roupa formal que dançam ao carregar um caixão, certo? Pois é, esse tipo de ritual é proveniente de Gana, um país da África Ocidental.

Por lá, a população considera a hora do funeral como o momento de demonstrar seus sentimentos de afeto e consideração por quem partiu. Nessa perspectiva, as pessoas costumam usar suas melhores roupas e suas joias e decorar o local da celebração da maneira mais suntuosa possível, para tornar o momento digno da pessoa amada.

Indonésia

Na Indonésia, é habitual que, até que se realize o funeral por completo, os corpos das pessoas falecidas sejam embalsamados e resguardados na casa da família. Enquanto permanecerem por ali, os falecidos são tratados como pessoas vivas, como familiares que estão doentes, ou seja, são vestidos, adornados e conservados limpos.

Já no momento da finalização do rito, as urnas cilíndricas desses entes são acondicionadas em um lugar inusitado: dentro de grutas ou penhascos. Esse costume é justificado pela crença de que quem partiu deve estar sempre próximo à natureza. Pelo mesmo motivo, acontece um funeral parecido nas Filipinas, onde os caixões são suspensos nas árvores.

Agora, veja só que fato impressionante: em alguns vilarejos da Indonésia, após três anos desse rito, as urnas dos falecidos são abertas para que os familiares possam trocar a roupa de seus entes, arrumá-los e, até mesmo, registrar o momento por meio de fotografias!

Japão

Nesse país com tradições milenares, o funeral é preparado e conduzido pela própria família de quem morreu. Habitualmente, é realizado na casa dos familiares e todos participam das preparações, incluindo as crianças.

A limpeza e os cuidados com o corpo — que aqui no Brasil são feitos por um profissional específico, o tanatopraxista — também são tarefas dos parentes, que cuidam de todos os detalhes até o momento da cremação, que é uma prática comum entre a população japonesa.

Os funerais no Brasil

Em terras brasileiras, o funeral costuma ser um momento muito doloroso para as famílias. Em geral, o ritual acontece de forma rápida — em algumas horas após o falecimento — e conta com a presença dos familiares e amigos próximos da pessoa falecida.

O tema da morte no país ainda é uma questão delicada e muitas pessoas não têm o hábito, nem mesmo, de falar sobre os rituais do pós-morte. Por isso, quando acontece a partida, as reações mais comuns são acompanhadas de muita tristeza e dor, mas também de saudosismo e apreço pela pessoa que se foi.

Apesar de algumas tradições já não serem tão rigorosas, ainda é normal que os acompanhantes do funeral sigam algumas regras do rito, por exemplo, usar roupas pretas em representação ao luto, prezar pelo silêncio como forma de respeito e passar o resto do dia em reflexão pela memória de quem morreu.

Diferenças entre os funerais brasileiros e estrangeiros

Na maioria dos países que citamos, não existem diferenças muito grandes com relação ao funeral no Brasil — a não ser pelas peculiaridades de alguns. A principal questão é com relação à visão de morte que cada qual tem, ou seja, como cada cultura entende o fim da vida.

A percepção dos brasileiros sobre o morrer tem se alterado conforme passam os anos e tem deixado de ser um tabu em algumas famílias. Dessa forma, as pessoas começam a perceber que esses rituais não precisam ser negativos e que o momento da despedida pode ser uma experiência mais leve e agradável.

Como vimos, os funerais em diferentes culturas respeitam as raízes e tradições de cada população. No entanto, há um movimento crescente que considera que a morte não precisa, necessariamente, ser apenas um momento doloroso e de sofrimento. Ao contrário, apesar de ser uma ocasião que desperta tristeza, pode ser também a hora de se reconectar com tudo o que o ente querido representou em vida e homenageá-lo com muito amor e carinho.

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