Inclusão digital para idosos: 7 dicas para aprender

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Atualmente, a tecnologia faz parte do dia a dia de todas as pessoas. Tudo, desde a comunicação com parentes e amigos até o trabalho e entretenimento, envolve smartphones, aplicativos e internet. Diante desse cenário, surge uma questão bem importante: a inclusão digital para idosos e como ela pode ser mais eficiente.

Muitas pessoas acreditam que é mais difícil aprender coisas novas na terceira idade, mas isso não poderia estar mais longe da verdade. Afinal, um idoso ainda pode dominar novas ferramentas e tecnologias da mesma forma que qualquer indivíduo. Porém, como trata-se de uma geração que não nasceu nem cresceu com acesso a essas ferramentas, é necessário um período de adaptação.

Apesar dessas dificuldades, garantir que os idosos tenham acesso à tecnologia é fundamental para sua qualidade de vida no mundo atual. Continue a leitura para saber mais sobre o assunto!

O que é inclusão digital?

O acesso à tecnologia digital é indispensável para a grande maioria das pessoas. Seja no trabalho, na educação, na saúde ou mesmo como forma de acesso a direitos básicos. Porém, não são todos que conseguem utilizar essas ferramentas livremente. Nesse contexto, a inclusão digital surge como um esforço para quebrar as barreiras que impedem certos grupos de utilizar essas ferramentas.

Ela pode ocorrer em diferentes esferas da sociedade ou mesmo na vida pessoal. Por exemplo, o governo pode desenvolver normas que auxiliem no acesso a essas ferramentas, enquanto fabricantes podem seguir práticas que tornem a sua tecnologia mais fácil de usar. Da mesma forma, é possível promover a inclusão digital no dia a dia, auxiliando pessoas que têm dificuldades para se adaptar, buscando cursos sobre o tema etc.

Por que a inclusão digital para idosos é tão importante?

Da mesma forma que a inclusão digital é necessária para a população mais jovem e adulta, ela também é importante para os idosos. A seguir, apresentamos alguns dos benefícios mais importantes que essa tecnologia traz para essa população. Acompanhe!

Comunicação interpessoal

Atualmente, é difícil imaginar as nossas vidas sem um smartphone e conexão com a internet. E um dos principais motivos é a necessidade de estar sempre acessível, de poder manter contato com pessoas distantes, trocar informações e manter laços.

Considerando que nem sempre há tempo para visitar algum parente distante nem um amigo que mora longe, as redes sociais e os aplicativos são um recurso importante para manter contato. E, para isso, a tecnologia digital é uma ferramenta indispensável.

Isso é ainda mais importante na terceira idade, quando a manutenção de laços sociais tem impacto direto em seu bem-estar e qualidade de vida. Dessa forma, a tecnologia é um meio de manter essas conexões e contribuir para um envelhecimento saudável.

Acesso à informação

Ao longo da história, uma das principais funções dos meios de comunicação sempre foi garantir acesso à informação. Esse é o caso da televisão, do rádio, do jornal e também da internet. Além disso, é um canal importante para a educação e acompanhamento de notícias.

Ainda é possível obter bastante informação sobre o mundo por outros canais, mas a internet oferece uma variedade maior de fontes e possíveis assuntos. Pesquisas que antes exigiam várias semanas e um esforço árduo, agora podem ser feitas em poucos minutos.

Esse também é um fator importante para os idosos, pois eles precisam se manter conectados ao mundo e suas mudanças. A terceira idade não é uma época de estagnação, mas sim uma oportunidade para aprender e explorar novas possibilidades.

Acesso a serviços

Outra mudança significativa que veio com o maior acesso à internet é a digitalização de certos serviços, incluindo transporte e saúde. Agora, muitas empresas agendam atendimentos ou pedidos exclusivamente online, enquanto outras têm produtos estritamente virtuais.

Isso significa que, para que toda a população tenha acesso a esses recursos, é necessário promover a inclusão digital para idosos. Só assim os mais velhos podem continuar utilizando todos os serviços necessários no dia a dia.

Manutenção da mente ativa

A ideia de que a velhice é sempre uma época de pouca atividade é um grande mito, mas ele não apareceu do nada. Com o tempo, o corpo e a mente tendem a ficar mais lentos, resultado de vários anos de esforço. Algo que se agrava após a aposentadoria, pois há muito mais tempo livre, mas nem sempre a energia necessária para certas atividades.

Sem dúvida, um dos benefícios do mundo digital é a quantidade de entretenimento disponível, incluindo jogos, séries, novelas, música, livros, quadrinhos e muito mais. Tudo sob demanda. Sem falar nas possibilidades de conhecer novas pessoas. Ou seja, há sempre algo para manter a mente ativa.

Mesmo que sejam pequenas interações por dia, com os netos por exemplo, isso já é o suficiente para manter a mente mais engajada. Algo necessário para preservar a saúde e bem-estar em qualquer estágio da vida.

Promoção da autonomia

Quando uma pessoa não sabe utilizar uma ferramenta digital, seja qual for, isso não é necessariamente um problema. No caso dos idosos, é comum que haja alguém próximo capaz de realizar essas tarefas em seu lugar. Porém, isso significa que o idoso tem menos controle sobre a situação.

Poder solicitar serviços ou buscar informação por conta própria é uma parte importante de sua autonomia, pois é o que permite tomar suas decisões sozinho. Mesmo que precise de ajuda para usar certos programas, por exemplo, ainda é importante entender o que eles fazem e como impactam em seu dia a dia.

Quais são os desafios da inclusão digital para idosos?

Apesar da sua importância, garantir o acesso dos idosos à tecnologia digital também inclui alguns desafios. Entender quais são essas dificuldades e como elas afetam sua adaptação é o primeiro passo para tornar essa transição mais simples. A seguir, apresentamos os principais desafios que devem ser encontrados. Acompanhe!

Transição para a tecnologia digital

A maior parte da população idosa atual já tem contato amplo com a tecnologia analógica. Televisão, rádio, entre outras ferramentas que também foram revolucionárias em sua época, mas que não seguem a mesma lógica da tecnologia digital. Algo que a pessoas mais jovens não notam, pois já estão acostumadas com seu funcionamento.

No mundo digital, há algumas diferenças cruciais. A primeira é a velocidade com a qual tudo muda e se atualiza. Algo que já é um desafio até para a geração atual.

Além disso, tecnologia analógica é muito mais simples de ser utilizada, com ações e recursos bem diretos, enquanto a digital envolve uma série de outros processos. Essa distância entre causa e efeito também pode ser difícil de internalizar em um primeiro momento.

Falta de auxílio

Vários idosos estão interessados em aprender mais sobre a tecnologia digital e como usá-la no dia a dia. Porém, pode ser uma adaptação difícil. Algo que fica ainda mais complicado quando falta auxilio nesse aprendizado.

Quando há familiares próximos que entendem dessa tecnologia, isso não é um problema tão grande. Basta tirar o tempo necessário para mostrar aos mais velhos como usar um celular e acessar à internet, por exemplo.

Porém, quando não há uma pessoa disponível e próxima para ensinar, ou aqueles que podem não sabem como, é mais difícil se adaptar. E à medida que a tecnologia avança, essa separação tende a ficar maior.

Acessibilidade

A inclusão digital para idosos não é uma responsabilidade exclusiva das pessoas que tentam se adaptar a esse novo meio, mas também de quem produz aplicativos, computadores e celulares. Infelizmente, muitas dessas ferramentas não são feitas pensando em sua acessibilidade para a população de mais idade.

Mesmo que um idoso saiba como utilizar a tecnologia digital, ele ainda terá dificuldades para usar certos aparelhos e aplicativos devido às suas limitações físicas. Sua visão e destreza manual, por exemplo, geralmente não são mais tão boas quanto na juventude.

Esses fatores são ainda mais graves para idosos que estão aprendendo como usar a tecnologia digital. Se os próprios aparelhos dificultam o aprendizado, a adaptação também será mais demorada.

Etarismo

O preconceito devido à idade existe em vários ambientes, tanto contra os mais jovens quanto os mais velhos. No caso do etarismo em relação à velhice, há muitas crenças de que os idosos não querem se adaptar, são teimosos ou não conseguem aprender coisas novas.

Claro que isso raramente é verdade. Assim como qualquer pessoa, os idosos são capazes de aprender e se adaptar às mudanças do mundo, mesmo que alguns tenham mais dificuldade. Porém, essa crença orienta várias interações com a terceira idade, o que inclui o uso da tecnologia.

Às vezes, a simples expectativa de que um idoso não saiba ou não queira usar um celular, por exemplo, já faz com que algumas pessoas deixem de ensiná-lo ou não ofereçam o incentivo adequado para que eles possam aprender. E isso dificulta ainda mais o seu processo de adaptação.

Como promover a inclusão digital para idosos?

Levando em conta sua importância para o bem-estar e qualidade de vida na terceira idade, é importante saber como promover a inclusão digital para idosos, seja para si mesmo enquanto idoso ou para pessoas próximas. Veja algumas dicas importantes para auxiliar nesse processo!

1 Simplifique a tecnologia

Uma das barreiras para a inclusão digital de qualquer grupo é a complexidade desse ambiente. Muitas pessoas, já acostumadas com o funcionamento da tecnologia digital, tendem a explicar tudo de uma vez ou incluir certas ferramentas que não são relevantes naquele momento, complicando o aprendizado.

Para evitar isso, o ideal é tentar simplificar ao máximo as explicações. Foque nos aspectos mais práticos primeiros, usando coisas que são bem visíveis. Por exemplo, como utilizar uma lista de contatos, enviar mensagens e se manter conectado.

Mesmo que essas funções sejam mais complexas do que aparentam, vale a pena reduzir um pouco essas lições a princípio. Você pode dar uma explicação mais completa no futuro.

2 Comece pelo básico

É um problema similar ao ponto anterior, mas visto de outro ângulo. Algumas pessoas, também acostumadas com a tecnologia digital, acabam explicando certas funções sem passar pelos seus fundamentos, os conhecimentos que se aplicam a todo uso da tecnologia.

É fácil esquecer quanto aprendizado foi necessário ao longo dos anos para utilizar um computador, por exemplo. Algo básico como “clicar e arrastar” não é natural, mas sim uma lição aprendida com o tempo. Sendo assim, alguém na terceira idade também pode precisar desses fundamentos antes de começar.

Não é necessário ter pressa. Dominar todos os componentes da tecnologia digital serve como base para aprender suas demais funções, seja com ajuda continuada ou por conta própria.

3 Aproveite o conhecimento prévio

Se você está tentando ensinar qualquer coisa, uma técnica bem efetiva é utilizar algo familiar, que a pessoa já entende e pode usar como referência. Isso significa que, em vez de partir do nada ou usar conceitos muito abstratos, haverá um ponto concreto a partir do qual é possível estabelecer esse novo conhecimento.

Isso é muito importante na inclusão digital para idosos, especialmente aqueles que tiveram pouco contato com essas tecnologias ao longo da vida. Tornar essas novas ferramentas mais familiares não só contribui com seu entendimento como também as tornam mais palatáveis.

Pequenas comparações, como igualar os arquivos de um computador a um arquivo físico, que usa gavetas, pastas e prateleiras, torna tudo mais fácil de verificar. Da mesma forma, você pode explicar como fazer uma pesquisa online usando palavras-chave, ajudando a entender como a máquina pensa.

4 Entenda as limitações

É verdade que muitos idosos, com algum esforço e incentivo, conseguem se adaptar muito bem à tecnologia digital. Boa parte passa até a dominar essas ferramentas melhor que alguns dos mais jovens. Porém, nem sempre esse será o caso. Toda adaptação encontra seus limites.

A questão aqui é entender que isso não é necessariamente um problema. Não faltam exemplos de pessoas mais jovens que não entendem como certas tecnologias funcionam, mas são capazes de usá-las normalmente, sem perder seus recursos nem sua autonomia. O mesmo se aplica aos idosos.

Aceite que, às vezes, não é possível ensinar tudo. Porém, desde que o idoso consiga usar as ferramentas que precisa no dia a dia, não há nenhum problema. O mais importante é manter sua autonomia e independência, não torná-lo um especialista em tecnologia.

Às vezes, essa limitação significa que outras pessoas precisam estar à sua disposição. Se o próprio idoso não pode usar algumas funções ou recursos, então é melhor delegar essa tarefa do que forçá-lo a lidar com ela sozinho.

5 Use aparelhos adequados para a terceira idade

Não adianta de nada tentar ensinar alguém a usar um celular se ele não é adequado para seu corpo e limitações. Aplicativos com letras e teclas muito pequenas, por exemplo, são difíceis de serem usados por pessoas que já têm dificuldade para enxergar.

A melhor recomendação é buscar aparelhos e aplicativos com funções de acessibilidade bem robustas. Essa é a norma para praticamente toda a tecnologia criada recentemente, incluindo mudanças na interface, botões maiores etc.

Fora isso, lembre-se de usar aparelhos que sejam responsivos e não travem com frequência. A frustração de não conseguir utilizar uma ferramenta, especialmente enquanto ainda está começando, já é o bastante para limitar o aprendizado.

6 Tenha paciência

Uma última dica, mas que também é uma das mais importantes, é ser paciente. É claro que muitos idosos têm dificuldade para dominar a tecnologia digital se não foram expostos a ela por muito tempo. Enquanto aprendem, vão cometer erros, mas também vão começar a internalizar algumas dessas lições.

A falta de paciência também pode ser um fator negativo nessa adaptação. Muitos idosos aprendem sobre tecnologia com seus parentes mais jovens, o que acaba sendo também um momento de interação. Porém, se essas lições sempre resultam em brigas ou irritação, é mais provável que desistam de aprender.

Ser paciente e demonstrar compreensão ajuda a tornar as lições mais efetivas, além de incentivar o idoso a se empenhar. Dois fatores muito importantes em sua inclusão digital.

7 Dê espaço para o idoso experimentar

Por fim, lembre-se de dar espaço ao idoso. Um impulso comum é o de tomar controle ao menor sinal de qualquer erro ou comandar todas as suas ações sem explicá-las direito. Ao fazer isso, você pode prejudicar o aprendizado.

A inclusão digital para idosos também é uma forma de promover a sua autonomia. Sendo assim, também é importante apenas colocar o computador ou celular em suas mãos e deixá-lo experimentar, mesmo cometendo alguns erros.

Responda perguntas à medida que elas surgem, mas não controle a experiência. Os idosos vão aprender muitas coisas por conta própria, muito mais do que você imagina. Basta ter um pouco de confiança em sua capacidade.

Quais cuidados tomar?

A inclusão digital para idosos é um passo importante para sua autonomia e bem-estar no mundo atual, mas ela também tem seus riscos. A falta de domínio da tecnologia pode causar vários outros problemas, especialmente para pessoas em situação mais vulnerável, como é o caso de muitos idosos. Veja alguns cuidados que você precisa manter em mente ao longo desse processo!

Segurança digital

Além de falar sobre o uso das ferramentas e seus recursos, também é de suma importância falar sobre segurança digital, os possíveis perigos online e como lidar com eles. Boa parte dos casos de fraudes, download de vírus ou vazamento de informações sigilosas, incluindo dados bancários, ocorre devido à falta de informação da vítima.

Considerando que, em geral, os idosos não entendem muito sobre esse ambiente, eles são uma população bem vulnerável a golpes e fraudes. E deixar que utilizem esses recursos livremente sem nenhuma orientação apenas os coloca em maior risco. Daí a necessidade de falar sobre segurança digital.

Ao instruir uma pessoa mais velha sobre tecnologia digital, você também precisa falar sobre certos tópicos de segurança. Coisas simples, como não responder mensagens de texto de desconhecidos, não fornecer dados bancários ou mesmo não atender a pedidos de familiares sem confirmar primeiro sua identidade. Depois de aprenderem como identificar esses golpes, é possível evitá-los mais facilmente.

Além disso, é necessário falar sobre a proteção do seu computador e celular. Manter sempre um antivírus ativo, não baixar arquivos suspeitos e usar senhas fortes, por exemplo. São pequenas atitudes que melhoram consideravelmente a segurança online.

Uso do aparelho no dia a dia

Toda ferramenta tecnológica exige algum cuidado e rotina. Isso vale para tudo, desde um fogão até a tecnologia digital. Também não é raro ver algumas pessoas utilizando essas ferramentas incorretamente ou tomando atitudes que reduzem a longevidade dos aparelhos. Tudo por não saberem quais cuidados tomar.

Novamente, são atitudes e lições bem simples, mas que têm grande impacto no uso da tecnologia. Vale a pena dedicar algum tempo para instruir os idosos nesses cuidados, para que possam aproveitar melhor esses recursos.

Algumas das primeiras lições têm a ver com a manipulação correta. Teclados e mouses, por exemplo, podem se quebrar bem facilmente se forem manipulados com muita força, perdendo parte de sua funcionalidade. Teclas perdem contato e é necessário substituir os periféricos com mais frequência.

No caso dos celulares, é bom falar um pouco sobre a limpeza adequada da tela, sobre os cuidados com umidade, quedas e temperaturas extremas. Caso fiquem expostos ao sol por muito tempo, por exemplo, há boas chances de serem danificados, especialmente suas baterias e processadores.

Foco no essencial

O o idoso não precisa se tornar um especialista em tecnologia digital. Basta que aprenda as funções mais importantes e como usá-las no dia a dia. Mesmo gerações que cresceram em meio a essa tecnologia não a entendem por completo, mas conseguem usá-la sem grandes dificuldades.

O objetivo final da inclusão digital para idosos é promover a autonomia, o bem-estar e sua integração nesses espaços. Na maioria dos casos, isso significa usar um celular, enviar e receber mensagens, registrar contatos, acessar aplicativos de banco e administrar um computador sem grandes funções. Talvez também conseguir abrir vídeos ou livros por conta própria, mas não muito mais do que isso. Qualquer coisa que vá além do essencial é um bônus.

Promover a inclusão digital para idosos pode ser um desafio tanto para quem ensina quanto para quem aprende. Ainda assim, é uma tarefa importante para garantir a acessibilidade das ferramentas e maior autonomia durante a terceira idade.

Quer mais dicas importantes para esse período da vida? Então confira o nosso artigo sobre como manter a qualidade de vida na velhice.

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