Luto: saiba como lidar com esse momento delicado

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Ao longo da história da humanidade, as pessoas buscaram diferentes formas de vivenciar o luto. Das demonstrações públicas, inclusive na forma de se vestir, a uma comoção mais reservada, todas as ações sempre tiveram algo em comum: a procura por uma forma de lidar com a perda de pessoas amadas.

Essa tarefa não é algo fácil. Pelo contrário, exige muito de cada indivíduo. No entanto, é possível passar por esse momento de uma forma mais leve, sabendo que ele é, sim, doloroso, mas que também faz parte de um processo natural da vida.

Neste artigo, vamos falar mais sobre o luto, os seus diferentes tipos e como lidar com ele. Acompanhe!

O que é o luto?

Primeiramente, é fundamental definirmos o que é o luto. Trata-se de uma reação natural quando há o rompimento de um vínculo importante e especial, seja esse laço com uma pessoa, seja com uma coisa com a qual a pessoa tenha se envolvido bastante emocionalmente.

Os sentimentos do processo de luto podem variar muito, de acordo com quem o vive e até mesmo com a causa da morte. Em relação ao período, profissionais da área de saúde mental destacam que, geralmente, até que a dor vire saudade, leva-se de dois a cinco anos. É importante ressaltar, contudo, que, a depender das circunstâncias da perda, pode levar menos ou mais tempo que isso.

Entretanto, dois a cinco anos é um período muito longo para não se fazer nada por si mesmo. E é justamente aí que entra a necessidade de as pessoas se cuidarem para passar por essa fase de maneira saudável tanto física quanto emocionalmente.

Quais são os estágios do luto?

Por fim, para entender de fato o luto e saber como trabalhá-lo, é importante conhecer os seus estágios. Mas isso não quer dizer que eles aconteçam exatamente na ordem abaixo ou um de cada vez. A intensidade e os períodos variam e tudo pode ocorrer até ao mesmo tempo.

Negação

Quando se perde alguém querido, pode ocorrer a negação desse fato. A pessoa simplesmente não quer acreditar que essa perda aconteceu, já que muitas vezes ela não tem forças para encarar a realidade naquele instante.

Além disso, nesse estágio também é comum que o indivíduo prefira ficar mais isolado e evite conversar com os outros a respeito do que houve.

É como se o fato de falar mais sobre o ocorrido o tornasse mais real. Por isso, a pessoa busca o distanciamento de qualquer tipo de menção que envolva a morte.

No entanto, esse tipo de sentimento não costuma durar por um longo período. Depois de algum tempo vem a aceitação, mesmo que de maneira parcial.

Raiva

Outro tipo de sentimento que pode surgir em uma pessoa em luto é o da raiva. De repente, há a revolta em relação à perda de alguém querido, que pode se direcionar a várias circunstâncias ou indivíduos.

Essa raiva pode ser contra quem deu a notícia do falecimento, por exemplo, contra a doença ou o tipo de acidente que causou a morte ou mesmo em relação a uma pessoa que, acredita-se, poderia ter feito algo para evitar a perda e não agiu.

A raiva pode ocorrer até contra si mesmo. Tem gente que costuma pensar que foi responsável indiretamente pela morte, seja por não ter cercado o ente querido de cuidados por um tempo, seja por não ter feito nada diante de uma situação limite.

No entanto, com o tempo, as coisas chegam ao normal e, na maioria dos casos, a pessoa enlutada percebe que o falecimento não passou de uma triste fatalidade.

Barganha

Já a barganha tem a ver com a negociação, que pode ser tanto com o universo quanto com uma divindade. Mesmo depois de constatar a morte de alguém, a pessoa tenta modificar a situação, fazendo promessas em busca de um milagre.

Nesse momento, ela pode prometer que será uma pessoa melhor, por exemplo, ou que pagará algum tipo de penitência. Pensará em várias hipóteses para ter a pessoa querida de volta.

Esse sentimento também deixará de existir posteriormente quando se constatar que, em caso de falecimento, não há o que se possa fazer. Além disso, também se percebe que o sentimento de culpa deve ser eliminado, já que ela muitas vezes nem mesmo existe.

Depressão

A depressão é mais um estágio do luto, que também merece bastante atenção. Geralmente, ela se manifesta quando a pessoa constata que realmente não há mais o que ser feito e que não terá mais contato com quem se foi.

Essa manifestação pode ser expressa das mais diferentes formas, que vão desde o choro constante ao isolamento e à apatia em relação ao mundo. Nesse momento, também se pensa muito na falta que o ente querido vai fazer e em como será conviver com as saudades dele.

É importante entender que não necessariamente essa depressão é uma patologia, mas sim algo natural diante da perda de uma pessoa amada. Estar triste e inconstante nos sentimentos é algo esperado.

Aceitação

Por fim, há a aceitação. Não quer dizer que a pessoa estará feliz novamente quando esse estágio se manifestar, mas se sentirá mais tranquila em relação ao que houve. Já não nega os fatos, nem tenta barganhar. Tem um entendimento melhor das circunstâncias e compreende que no momento ideal foi feito tudo que poderia ter sido realizado.

Quanto mais o tempo passa, mais a pessoa costuma entender o falecimento e aceitar que, agora, é preciso conviver com a ausência de quem se foi. Já pode, inclusive, começar a fazer planos para a nova rotina e encarar esse processo de vida e morte como algo mais natural, pelo qual todos passam.

É nessa fase que geralmente se faz uma busca mais intensa por formas de lidar com a dor. Afinal, a perda já foi aceita e agora resta o sentimento do que é preciso fazer em relação a ela. É um período de mais serenidade diante de tudo o que aconteceu.

Quais são os diferentes tipos de luto?

Já falamos sobre o que é o luto, mas não existe só um tipo. Na verdade, são vários e cada um se manifesta de uma maneira. Ter esse tipo de conhecimento é muito importante para saber lidar com certas particularidades. A seguir, separamos algumas das principais.

Infantil

O luto infantil é aquele vivido pelas crianças. Os pequenos, em geral, costumam demonstrar aquilo que sentem no próprio comportamento deles e não com palavras. Por isso, é muito importante estar atento a todos os sinais.

É preciso ficar de olhos abertos, por exemplo, à criança que fica muito quieta, sem mostrar qualquer tipo de reação. Ela pode estar em um sofrimento grande, sem conseguir colocá-lo para fora.

Além disso, é comum também ela ter acessos de birra ou até dar respostas atravessadas. Como ainda está em processo de formação e entendendo a morte, pode estar com raiva do que aconteceu, e essa é a forma de desabafar.

Crianças costumam, ainda, ficar mais próximas daqueles que amam, mais “grudadas” neles. Isso porque têm a ideia de que irão perder essas pessoas também.

Em família

A família, que antes tinha um membro importante e amado, de repente o perde. Assim, todos vivem o luto em conjunto. Embora cada pessoa possa sentir a partida de uma maneira diferente, todos compartilham de uma mesma dor e de uma mesma ausência.

A forma como o luto é partilhado no seio familiar varia de lar para lar, pois cada um tem suas características. Enquanto alguns são mais expansivos, outros são mais introspectivos. Em algumas residências há mais diálogos; em outras, menos.

No entanto, independentemente de qual for o caso, é importante que todos permaneçam unidos, apoiando uns aos outros. O respeito também é fundamental nesse processo. Lembre-se de que cada membro da família está triste, angustiado ou até revoltado com a situação, e precisa de compreensão durante esse período.

Sem despedida

Outro tipo de luto é aquele sem despedida. Muitas pessoas, não só em nosso país, mas em todo o mundo, recentemente estão tendo de viver esse sentimento por conta da pandemia de Covid-19. As medidas de isolamento social fizeram com que diversos velórios tivessem de durar no máximo 10 minutos, de modo que poucas pessoas estão tendo a oportunidade de participar.

Mais um exemplo desse tipo de situação aconteceu depois do ataque às Torres Gêmeas, nos Estados Unidos. Na época, muitos corpos não foram encontrados em meio aos escombros. Assim, familiares precisaram se despedir sem poder dar um último adeus em um velório.

Essas experiências podem causar uma dor diferente. Além da perda, várias pessoas contam que é mais difícil viver realmente a partida do ente querido. Como não foi possível vê-lo pela última vez — ou, no caso da pandemia, só por um breve momento — a ideia é a de que o ciclo não se fechou por completo.

Em momentos como esse, lidar com o apoio daqueles que ficaram é essencial. Estar ao lado das pessoas amadas, conversar com elas e falar bastante sobre o assunto ajuda a perceber a perda como mais real e palpável.

Em situações inesperadas

Também existem aquelas mortes inesperadas que, além da dor, costumam ocasionar um choque tremendo. Em geral, estão mais relacionadas a pessoas jovens, sem problemas de saúde, que em um dia estavam ao lado de todos e no outro simplesmente já não estão mais. Um exemplo disso é quando ocorrem acidentes.

Aqui também se encaixam as mortes violentas, pois, além de ter de lidar com o luto, as pessoas ainda encaram traumas relacionados a ocorrências como assaltos e assassinatos, por exemplo.

Esse tipo de luto é vivido sem qualquer preparo prévio. É muito diferente de quando se perde uma pessoa que já estava doente há um bom tempo ou alguém que estava em idade avançada. Isso porque, além da dor da perda, é necessário lidar com a inversão da ordem natural, a interrupção de planos, entre outros, o que acarreta mais um peso.

Os sentimentos de raiva ou revolta podem surgir nesse momento. Além disso, costuma-se buscar razões para o que aconteceu ou até mesmo fantasiá-las. Afinal de contas, por que uma pessoa tão jovem e saudável partiu? O que fazer? Como viver essa situação?

Após doenças

Se por um lado existem as mortes inesperadas, por outro há também aquelas que, de uma forma ou de outra, já se esperava. É o caso daquelas pessoas que partem após um período em que estiveram doentes. Embora os outros torçam e desejem a recuperação delas, também já imaginam que isso poderá não ocorrer.

Apesar de nessas circunstâncias existir a perspectiva de que se pode perder aquela pessoa, os sentimentos não são menos dolorosos. Familiares e amigos podem até ter a ideia de que todos os esforços para preservar a vida do ente querido foram em vão. Até mesmo a culpa pode surgir nesse momento.

Diante dessa situação, é importante não se sentir responsável pela partida daquela pessoa. Tenha certeza de que os seus cuidados foram, sim, importantes. Caso não tenha conseguido ficar próximo do ente querido como gostaria, lembre-se de que, de uma forma ou outra, ele sabia do seu amor.

Quais são os impactos do luto na rotina das pessoas?

O período do luto impacta a vida e a rotina das mais diferentes formas. Primeiramente, é preciso aprender a viver sem o outro. Além da falta e da dor que essa ausência gera, também há todos os aspectos práticos dessa nova realidade.

Se a pessoa que partiu era responsável por determinada tarefa, como levar os filhos à escola, outra terá que fazer isso. Se o sustento da casa dependia dela, alguém terá que assumir isso. Essas e outras situações ocasionam transformações no cotidiano e fazem com que os familiares tenham de aprender a viver de uma maneira diferente daquele ponto em diante.

Além disso, existem também as questões relacionadas ao apoio emocional. Pode ser que aquela pessoa que você perdeu era o seu único ou maior ombro amigo, alguém com quem contava para dar atenção em todo momento. O fato de não poder mais falar com ela em qualquer horário também causa um grande impacto no dia a dia.

Como lidar com o luto de maneira mais saudável?

Lidar com o luto não é algo fácil. Afinal, isso envolve uma série de sentimentos que podem variar da revolta a uma angústia profunda. No entanto, é possível passar por essa fase de uma maneira mais saudável, logo, mais construtiva.

Primeiramente, é importante se acalentar. Entenda que cuidar de si mesmo é, sim, algo importante. Para ajudar os outros que talvez estejam passando pela mesma situação, é fundamental estar bem. Por isso, você pode chorar o que tiver para chorar, falar da sua dor se for uma pessoa que gosta mais de dialogar ou se retirar para um canto isolado, caso refletir sozinho seja algo que possa dar forças.

Não tenha medo do que está vivendo. Muitas vezes, há pessoas que tentam suprimir aquilo que estão sentindo, mas isso pode ser um tiro no pé. Afinal, o sentimento uma hora ou outra vai surgir. Tentar não senti-lo poderá fazer com que ele retorne com muito mais força em alguma fase da vida.

Além disso, é importante ter em mente que, embora o falecimento seja algo doloroso, faz parte do ciclo da vida. Até hoje, absolutamente todos os seres humanos tiveram de passar por isso, independentemente de qualquer coisa. Ou seja, a morte não escolhe ninguém.

Tenha em mente também que esses sentimentos vão passar um dia. É verdade que provavelmente você não deixará de sentir saudades de quem já partiu. Mas aquela dor intensa aos poucos dará espaço a boas memórias, a situações vividas com aquela pessoa tão amada. Em algum período, poderá se lembrar daquela pessoa até mesmo com um sorriso.

O que pode ser feito para amenizar o sofrimento?

Agora que já falamos sobre como lidar com o luto, chegou a hora de tratarmos das atitudes práticas que você pode tomar no dia a dia para passar por esse período de uma maneira mais saudável, logo mais construtiva. Acompanhe!

Estar ao lado de pessoas queridas

O apoio das pessoas amadas é fundamental em todo esse processo. Trocar palavras de conforto e afeto costuma surtir um excelente efeito. Por isso, procure estar com quem é importante para você.

Mesmo em momentos de pandemia e distanciamento social, é possível estabelecer contatos próximos, e a internet tem sido uma boa ajuda nesse sentido. Chamadas por vídeo ajudam a trazer as pessoas mais para perto, mesmo que elas estejam distantes fisicamente.

O amor e o carinho entre os seres humanos têm uma força enorme. Acredite nisso. Investir nesses tipos de laços poderá ajudar em momentos de angústia e contribuir para você se fortalecer.

Tente não se ver como um peso para o outro. Afinal, aqueles que têm um carinho especial por você terão prazer na sua presença. As pessoas podem estar muito mais preocupadas com a sua dor do que você imagina, querendo ajudar de todas as formas.

Os seres humanos uma hora ou outra têm de vivenciar o luto. Trata-se de um período doloroso, é verdade, mas algumas ações poderão torná-lo mais leve. Cuide-se bem e trate a você mesmo com amor. Tente não se culpar por sentimentos de revolta, raiva ou tristeza. Procure ajuda especializada sempre que achar necessário.

Viver um dia de cada vez

Há casos de pessoas que querem se obrigar a estar bem um dia após perder uma pessoa querida. Mas isso acaba sendo um martírio e uma cobrança totalmente injusta. O luto é, sim, doloroso, e precisa ser vivido, até para que os bons resultados venham lá na frente.

Por isso, não fique pensando muito em quando tudo isso vai acabar ou fazendo cobranças absurdas em relação a você. Viva um dia de cada vez. Poderá haver aqueles em que estará mais angustiado, outros menos. Cada etapa é única e pode ser vivenciada como tal.

Se um dia você estiver se sentindo bem para fazer um passeio, faça. Mas é totalmente aceitável retroceder em outro e preferir ficar em casa. Não estabeleça regras, períodos e obrigações. Respeite os seus momentos e os seus sentimentos. Você merece esse amor e cuidado consigo.

Procurar ajuda profissional

Não tenha receio de buscar ajuda especializada em momentos de luto. Muitas vezes, é bastante difícil lidar com tudo isso sozinho. Um profissional da área de saúde mental, como um psicólogo ou um psiquiatra, pode ajudar você a passar por esse período de uma forma menos angustiante.

Essa busca não tem um momento certo para ocorrer, e pode variar de pessoa para pessoa. Algumas, logo depois do choque da perda, sentem a necessidade de ir atrás dessa ajuda. Outras, por sua vez, podem sentir que não estão se resolvendo bem durante o período de luto, e procuram ajuda profissional semanas ou meses após a morte do ente querido.

Saiba que essa atitude não demonstra fraqueza. Pelo contrário, mostra a força que você tem para se cuidar e prover para si o que vai lhe fazer bem. Lembre-se de que a saúde da sua mente é muito importante, no presente e no futuro. Estar bem é bom para você e para todos aqueles que ama, já que, assim, poderá ampará-los ainda mais.

Contar com um bom plano funerário

Como a morte, infelizmente, é algo inevitável, é importante estar preparado para algumas questões práticas. isso irá auxiliar muito quando ocorrer o luto. Nesse sentido, ter um bom plano funerário é uma grande ajuda. Quando se perde alguém, mesmo com toda tristeza, é preciso lidar com os diversos aspectos burocráticos que envolvem a morte, como documentação, organização do velório, entre outros. Acontece que isso exige muito de uma pessoa que já está extremamente angustiada.

Quando já se tem um plano funerário, isso é resolvido de forma muito mais rápida e prática. Afinal, tudo estará estabelecido em um contrato prévio. Você não precisará tomar decisões de última hora, em uma circunstância em que está tão triste.

Outra vantagem tem a ver com a questão financeira. Conforme destacamos neste artigo, existem mortes totalmente inesperadas. Pode ser que, naquele momento, não se tenha uma quantia razoável de dinheiro para lidar com a situação da forma como gostaria. Mas quando já se paga um plano, ter de desembolsar um grande valor inesperadamente deixa de ser um problema.

Outro benefício que podemos mencionar aqui é a assistência que o plano funerário oferece, inclusive emocionalmente. Ao adquiri-lo, você perceberá como é o tratamento das pessoas. É muito importante contar com profissionais sérios e responsáveis com o que fazem, que sabem lidar com alguém em luto. Numa situação de angústia, é essencial não ter de lidar com prestadores de serviços insensíveis.

Nós queremos estar ao seu lado em momentos como este, ajudando no que for preciso. Entre em contato com a gente e saiba o que podemos fazer por você!

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