Quando uma pessoa querida parte, o sofrimento vivido pode gerar um esgotamento emocional, e é comum não se sentir preparado para tomar decisões. No entanto, muitas vezes, é necessário fazer isso. E uma das decisões com que a pessoa enlutada se depara é: o que fazer com os pertences de um familiar falecido?
Há tanto as questões práticas como as emocionais a ser levadas em conta. É normal querer se apegar a cada objeto deixado pela pessoa amada, mesmo aqueles que deveriam ter outro destino ou que não tenham qualquer importância aos olhos de outras pessoas.
Alguns pertences podem e devem ser mantidos, seja por razões judiciais, seja pelas sentimentais. Mas como discernir? Acompanhe o texto e entenda como lidar com a situação.
Por que é importante se desapegar de alguns pertences?
Tanto do ponto de vista legal como do emocional, existe a necessidade de decidir o que fazer com os pertences de um ente querido que parte. A reação inicial de muitas pessoas, especialmente as mais próximas, é ficar com todos esses pertences, tentando preservar tudo o que for possível. Porém, essa não é uma prática saudável.
É importante guardar as boas lembranças, mas o apego aos objetos não supre a ausência de uma pessoa. Acumular objetos apenas dificulta a elaboração do luto. É importante diferenciar o que ainda tem utilidade, o que deve ser doado, o que pode ser descartado e o que realmente carrega alto valor sentimental.
Como mencionamos, nem todo pertence pode ser apenas guardado ou descartado. Muitos objetos de valor, como joias ou obras de arte, podem fazer parte de uma herança. Portanto, devem ser considerados no inventário e apresentados a um advogado.
Como lidar com os pertences de um familiar que partiu?
É normal ter dúvidas, ansiedade ou hesitação ao cogitar se desvencilhar de itens que pertenciam a um familiar falecido. Mas, com paciência e o cuidado necessário ao longo do caminho, você pode tomar decisões das quais não vai se arrepender. Confira, a seguir, algumas dicas nesse sentido.
Guarde apenas o que for realmente importante
Como mencionamos anteriormente, a maior parte dos pertences não apresenta utilidade prática, estão em mau estado ou não carregam valor afetivo suficiente para ter o caráter de lembrança física. São apenas objetos que se acumulam na casa e podem dificultar seu cotidiano.
O caminho ideal aqui é abrir mão do máximo possível desses pertences. Roupas, sapatos, livros didáticos e outras coisas comumente não têm muita utilidade em sua casa. Manter esses itens não vai ajudar a superar a perda e pode até dificultar esse processo.
Em vez de guardar tudo, mantenha apenas o que for necessário, como objetos de alto valor material ou emocional que não precisam ser descartados, aqueles que podem ter uso judicial, entre outros. Em relação ao valor afetivo, uma única foto ou peça de decoração vale mais que todo o resto e não prejudica a rotina do lar.
Veja o que pode ser doado
Mesmo que alguns dos pertences de um familiar falecido não sejam mais úteis em sua casa, alguns ainda podem ser passados a diante. Roupas, em particular, podem ser doadas ou vendidas em bazares, por exemplo.
A ideia aqui é dar uma continuidade aos objetos que podem ser úteis. Apenas descartar não é uma boa atitude, tanto em termos de funcionalidade e sustentabilidade como de apego.
Pense que, ao doar alguns desses pertences, você está passando adiante um pouco da memória daquela pessoa que partiu e permitindo que alguém desfrute do mesmo item que ela desfrutou.
Respeite seu próprio tempo
Levando em conta os dois tópicos anteriores, pode parecer que você deve se apressar para se separar desses pertences. Porém, a realidade é que cada indivíduo tem sua própria forma de responder a essa separação e o próprio tempo para se recuperar.
Não se sinta obrigado a lidar com todos esses pertences de imediato ou de uma só vez. Tenha paciência e respeite seus limites. Isso fará com que o seu desapego seja mais saudável e menos doloroso.
Planeje e se prepare emocionalmente
Se você está com dificuldades para decidir como lidar com os pertences de um familiar falecido, ou essa tarefa causa alguma ansiedade, uma boa recomendação é se planejar. Monte uma agenda para separar os objetos, outro dia para levar alguns deles para serem doados, outro para reorganizar o que será guardado e assim por diante.
Antecipar cada um desses estágios é uma forma de se preparar emocionalmente e se desapegar. É também uma forma de tomar essa decisão no seu momento certo e se comprometer com ela.
Pode parecer pouco à primeira vista, mas será um passo importante para lidar o processo de luto. Não só pelo seu emocional, mas por toda a organização necessária.
Encontre formas de preencher o espaço vazio
Algo que costuma acontecer depois que a família lida com os pertences do falecido é notar espaços vazios dentro de casa. A ideia de que há algo faltando pode causar bastante ansiedade.
A solução aqui é simples: encontrar algo que ocupe esse espaço — dar uma nova vida e um novo propósito. Pode ser que o falecido tenha deixado para trás um quarto vazio. Talvez você consiga remanejá-lo para que outros membros o usem, ou então usá-lo para realizar algum projeto seu.
O importante aqui é não deixar esse espaço estagnado e vazio. Quando se sentir preparado, comece a fazer essas mudanças aos poucos. Logo você vai se acostumar.
Peça ajuda quando precisar
Ninguém tem que passar pela perda de um ente querido sozinho. Isso vale tanto para a dor da separação como para as tarefas envolvidas.
Se você tem problemas para lidar com os pertences de um familiar falecido, peça ajuda. Busque alguém para separar documentação e objetos de valor, para identificar o que pode ser usado e o que pode ser doado, separar tudo para ser levado e depois arrumar a casa e preencher o espaço. Evite se isolar e permita que uma pessoa de confiança alivie o seu fardo.
Esperamos que essas orientações ajudem a decidir o que fazer com os pertences de um familiar que partiu. Se você tomar o tempo necessário, logo encontrará o melhor caminho para cada um desses objetos.
E você, tem alguma dica sobre como ter um desapego saudável desses pertences, ou tem alguma história que queira contar? Compartilhe conosco nos comentários!