Missa de sétimo dia: entenda o seu significado

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Um ente querido que acaba de partir merece todas as homenagens possíveis, e atitudes saudosas fazem bem para quem ficou e cuidam da memória de quem partiu. Você provavelmente já deve ter participado, por exemplo, de alguma missa de sétimo dia. Essa é uma celebração comum e marca uma finalização dos rituais de pós-morte.

Por ser uma celebração popular, muitas pessoas não sabem o seu significado, afinal, com o passar do tempo, é comum que certas tradições sejam repetidas, no entanto o seu porquê fica perdido nos costumes dos nossos antepassados. 

Foi pensando nisso que trouxemos este conteúdo. Aqui você descobrirá qual o significado da missa de sétimo dia, verá como ela deve ser organizada e conhecerá outras vertentes desse ritual a partir de novas tradições. Boa leitura!

O que diz a bíblia sobre a missa de sétimo dia?

A tradição bíblica sempre incentivou a homenagens aos entes que faleceram, afinal esses escritos sagrados veem isso como um ato de fé. De acordo com a tradição católica, após a morte, as almas vão para outro plano e lá elas podem ir para o inferno, purgatório ou céu. 

Aquelas que vão para o purgatório são as almas imperfeitas, mas que têm salvação. Por intermédio divino, essas almas passam por um período nessa zona obscura, expiando seus pecados, refletindo sobre a sua existência ou passando por penitências, as quais levam-nas para o caminho da purificação. 

É nesse contexto que as orações, para a tradição católica, são tão importantes. Elas auxiliam nas passagens da alma. É como se nós, aqui do plano material, por meio das preces, pudéssemos aliviar o sofrimento de quem já partiu. A missa póstuma, conhecida como missa réquiem, faz-se de grande importância nessa relação, afinal é um ato grandioso e humilde.

No entanto, é preciso destacar que muitos países de tradição católica não têm o costume de celebrar a missa de sétimo dia. Essa celebração é tipicamente brasileira e foi difundida desde a época colonial, já que, devido à extensão territorial do nosso país, nem todos os parentes do ente que partiu conseguiriam chegar a tempo no velório ou na missa réquiem, aquela realizada logo após o sepultamento.

Pensando nessas dificuldades, o ritual de aguardar sete dias para celebrar a missa foi criado. Essa foi uma solução encontrada para que todos os interessados conseguissem se reunir e fazer uma despedida adequada.

Por que sete dias?

A bíblia tem uma relação muito especial com o número sete, isso porque várias passagens trazem-no como destaque. Por exemplo:

  • Deus criou o mundo em sete dias;
  • José ficou de luto por sete dias após o falecimento de Jacó;
  • após o enterro de Saul, houve um jejum de sete dias;
  • Naamã ficou curado após sete banhos no Rio Jordão, conforme indicou o profeta Eliseu;
  • quando Pedro perguntou a Jesus quantas vezes deve-se perdoar um irmão, obteve a resposta “setenta vezes sete”.

Além dessas passagens, o Livro de Apocalipse cita o número sete ou seus derivados várias vezes. Apesar de a missa de sétimo dia não ter raízes necessariamente católicas, a força do número sete trazida pela bíblia influenciou a escolha da quantidade de dias em que essa celebração ocorreria após o falecimento de uma pessoa.

Como organizar uma missa de sétimo dia?

Essa é uma etapa complicada para o enlutado e, às vezes, é extremamente difícil para toda a família. Geralmente, muitas pessoas não sabem o que fazer quando uma pessoa morre. Entretanto, lembre-se de que se a tradição da missa de sétimo dia faz parte de suas crenças, com certeza, realizá-la pode ser um bem para não só aquele que partiu, mas para si próprio.

Veja abaixo algumas dicas para organizar essa missa. 

Escolha a igreja mais adequada

Quando falamos em igreja mais adequada, não estamos enfatizando beleza ou riqueza, mas, sim, aquela igreja que tem um significado importante para a família e para o ente que partiu.

Nas cidades pequenas do interior do país, algumas pessoas têm poucas opções de igrejas ou capelas. Essa escolha fica mais fácil, afinal é importante buscar aquela em que os convidados se sintam mais confortáveis. 

Nas cidades maiores, apesar da grande quantidade de opções, é possível optar pela igreja mais frequentada pela família. Assim, algumas pessoas, principalmente aquelas que vêm de fora, encontrarão facilmente o local da celebração.

Faça a solicitação na igreja

Para fazer a solicitação da missa de sétimo dia basta ir à secretaria da igreja selecionada e descrever a sua intenção de homenagem na missa. Lembre-se de fazer isso no mínimo 30 minutos antes do início da cerimônia. O mais interessante é deixar uma data marcada, assim, dependendo do dia, o padre poderá analisar as possibilidades de celebração.

Ao fazer a solicitação, o secretário da paróquia perguntará a intenção da celebração e, caso você deseje, pode fazer uma contribuição financeira, mas ela não é obrigatória. Dessa forma, na data marcada, durante a oração eucarística, o nome do falecido será pronunciado e, assim, todos rezarão juntos pela memória do ente querido que partiu.

Convide parentes e amigos próximos

Nesse momento, é importante que os amigos mais próximos e parentes estejam presentes. Não é uma obrigatoriedade, afinal cada um tem a sua crença, mas a reunião faz com que a memória do falecido seja trazida com mais leveza e muita fé.

Atualmente, como temos meios de comunicação bem desenvolvidos, você pode montar um cartãozinho com o convite e enviá-los aos interessados. Como o tempo de organização é curto, essa opção agiliza muito o processo de comunicação. 

Decore a igreja

Caso a paróquia permita, você pode decorar a igreja, assim é provável que os familiares se sentirão mais acolhidos. Você pode optar por flores, como lírios, copos-de-leite ou rosas. Além disso, pode ser feita a distribuição de cartõezinhos de mensagem na porta da igreja.

No cartão, por exemplo, pode ser impressa a foto da pessoa que partiu e uma mensagem que traga um certo alívio e conforto para a família, e uma rosa pode acompanhar essa singela homenagem. Assim, as pessoas sentirão com mais força a representação do ente querido na celebração.

Procure outras formas de homenagens

As homenagens não precisam se restringir apenas às missas de sétimo dia. Outra opção seria reunir-se com os familiares e amigos em um local que o ente querido gostava muito. Além disso, você pode preparar um discurso que descreva carinhosamente a sua convivência com a pessoa, além de todo o aprendizado e gratidão por ter conhecido o amigo ou parente que partiu.

Preservar a memória de quem partiu é um ato de cuidado com o falecido e com a sua própria família. Atualmente, são poucas as pessoas que conseguem contar histórias da família, construir uma árvore genealógica ou explicar sua ascendência com orgulho. Por isso, seja por meio da missa de sétimo dia ou por outras formas de homenagens, é importante preservar essas boas memórias.

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