O que é homenagem póstuma? Saiba como fazer

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A decisão de fazer ou não uma homenagem póstuma para um ente querido sempre foi um divisor de opiniões entre muita gente. Algumas pessoas acreditam que quanto mais falamos de um tema doloroso, mais difícil é para lidar com a perda. Outras já sentem necessidade de expressar o que talvez em vida não puderam e, assim, encerrar um ciclo de histórias com a pessoa que partiu, para então seguir em frente. Em ambos os casos, os sentimentos falam mais alto e ficam “à flor da pele”, refletindo — muitas vezes — a maneira como cada pessoa aprendeu a lidar com momentos como esse.

De qualquer forma, vale lembrar que as homenagens póstumas são todas as ações praticadas em lembrança a um ente querido após sua morte. Portanto, não há uma regra sobre o que fazer em termos de homenagens, tendo em vista que cada pessoa é constituída de uma personalidade e de hábitos culturais relacionados ao assunto.

Porém, o que podemos considerar é que, de fato, para o processo de luto, entrar em contato e vivenciar as emoções e sentimentos sobre a perda pode contribuir para evitar prejuízos psicológicos mais adiante. O ritual de homenagear alguém que já partiu não precisa ser doloroso ou apenas um momento de lamentos, pode ser também uma maneira de relembrar tudo de bom que a pessoa querida proporcionou em vida.

Neste artigo, vamos conferir tudo sobre como criar uma homenagem póstuma e algumas alternativas para fazer com que essa ocasião — tão importante — seja mais leve e natural. Boa leitura!

Quando fazer a homenagem?

É comum realizar uma cerimônia para a pessoa falecida logo após sua morte, em seu velório, ou em meio a alguma parte do processo de despedida. Contudo, apesar de ser bastante tradicional, essa não é a única maneira de proporcionar uma celebração em memória da pessoa, tampouco o único momento. A maioria dos familiares e amigos preferem essa opção por já estarem envoltos por suas emoções e, assim, expressarem, de forma muito fiel, tudo o que estão sentindo.

No entanto, há também pessoas que não conseguem se conectar diretamente com tudo o que está acontecendo logo após a morte da pessoa querida, seja por ainda estarem “anestesiadas” com o que aconteceu, seja por estarem dedicando-se a outros assuntos — por exemplo, questões burocráticas — importantes nessa hora. Por isso, a homenagem pode ser feita em qualquer outra oportunidade: datas especiais — como Dia de Finados —, aniversários ou outras datas simbólicas, o que permite que todos possam preparar, com calma e dedicação, o que gostariam de expressar à pessoa que se foi. Isso pode acontecer em dias, meses ou até anos depois do falecimento.

Qual o lugar ideal para homenagear?

O lugar ideal para homenagear alguém que se foi é aquele que traz conforto e paz interior para todos os envolvidos na despedida. Pode ser desde os locais mais convencionais — como salas de velório, igrejas e cemitério — até os mais relacionados à pessoa e a como era sua forma de ser — como uma praia, um cômodo da casa, um parque. O que importa mesmo é fazer com que a ocasião seja o mais natural e delicada possível.

Além disso, como já comentamos, não existe uma regra geral que sirva a todas as situações e a todas as famílias, pois cada pessoa que partiu tinha suas próprias características. Muitas delas deixaram orientações sobre como e onde gostariam que seu pós-morte fosse conduzido e outras ainda, por conta de doenças ou situações específicas, não puderam ter uma despedida por parte de seus familiares e amigos em seu velório. Portanto, poder escolher o lugar adequado para realizar esse ritual pode ser reconfortante em muitos casos.

Que tipo de homenagem fazer?

Aqui é preciso avaliar alguns pontos. Uma homenagem póstuma deve ser conectada com o ente querido, refletir sua essência e o modo como costumava levar a vida. Ele era uma pessoa muito ligada à natureza? Gostava de viajar? Priorizava mais os momentos em família? Enfim, é importante ser sensível a tudo o que a pessoa representava enquanto esteve viva, de modo a traduzir em uma homenagem que fale aos corações enlutados daqueles que conheceram o homenageado. Adiante, vamos conhecer algumas possibilidades para esse momento.

Celebrações religiosas

Uma das maneiras mais utilizadas para homenagear aqueles que se foram é pedir, junto a instituições religiosas, que a pessoa amada seja lembrada em alguma cerimônia específica, como é o caso da “missa de sétimo dia” — conhecida celebração da igreja católica. Dessa forma, se a pessoa que partiu, ou aqueles que ficaram, tem uma cultura religiosa tradicional na família e querem honrar essa tradição, essa é uma opção que pode representar algo que faz parte da história da pessoa que faleceu.

Reunião entre amigos e família

Temos aqui uma alternativa que a cada dia torna-se mais bem-aceita pelos familiares e amigos da pessoa falecida. Com a impossibilidade, em alguns casos, de ocorrer velório ou outro ritual relacionado ao pós-morte, muitas famílias têm optado por escolher algum outro momento mais distante, que seja significativo para todos, e reunir-se para um almoço ou café ou apenas para estar juntos e, assim, poder relembrar a trajetória do ente tão estimado. Podem ser acrescentados a essa homenagem uma música que a pessoa gostava de ouvir, uma comida que ela apreciava ou até algo a que ela adorava assistir.

Álbum de fotos e de memórias

Outra possibilidade é reservar uma data para criar um álbum de fotos e memórias da pessoa. Nesse processo, a família toda pode estar reunida, inclusive as crianças, e conversar sobre cada história que precede os registros que encontrarem. Desse modo, é possível trabalhar o luto infantil, além do luto dos próprios adultos. É interessante priorizar fotos e memórias alegres, com lembranças positivas, e relembrar histórias agradáveis e que tenham muito amor envolvido por trás dos fatos.

Publicação de cartas ou despedidas

Muitas pessoas, quando se comunicam por meio da escrita, sentem suas emoções fluírem naturalmente. Seja à moda antiga — em um caderno ou folha de papel —, seja por meio da tecnologia que hoje temos à nossa disposição, há quem prefira dizer o que pensa e o que sente de forma não verbal, utilizando-se das palavras por outros meios. É comum, nos dias atuais, encontrarmos textos emocionados e cheios de simbolismos nas redes sociais de pessoas que perderam seus entes. Essa é uma maneira muito bonita de homenageá-los, além de ser uma boa forma de lidar com os sentimentos da perda.

Viagens para lugares especiais

Se a pessoa que partiu gostava de viajar e tinha lugares especiais que não deixava de visitar, uma oportunidade de reverenciar sua trajetória é indo até esses locais. Essa opção exige uma programação maior, porém faz todo sentido com relação a como essa pessoa costumava viver. Ir até o lugar e tomar um tempo para conectar-se com tudo o que aquele ser humano representava é um ato de respeito profundo com sua história. Vale também fazer essa conexão em lugares onde a pessoa ia rotineiramente, como parques, jardins, espaços dentro da própria casa, entre outros.

Quando se trata de fazer uma homenagem póstuma para alguém, as emoções se intensificam e, algumas vezes, não sabemos como lidar com elas. Por esse motivo, surge a sensação de que é melhor não falar mais sobre a pessoa e de que trazer as lembranças dela à tona pode gerar sofrimento. Porém, essas vivências relacionadas ao pós-morte são fundamentais para a aceitação do luto, mesmo que tragam lágrimas aos olhos, além de uma saudade grande. Com o tempo, as lágrimas serão de alegria por todos os momentos maravilhosos vividos com aqueles que se foram.

Esperamos que tenha gostado deste post. Aproveite que está por aqui e confira também como tornar o processo da perda menos doloroso por meio da terapia do luto!

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