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Entenda o que é depressão e conheça os seus principais sintomas

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Apesar de ser um assunto recorrente em diversos meios, ainda existe muita confusão a respeito do que é depressão. Compreender as causas, as manifestações e como é feito o tratamento ajuda a lidar melhor com pessoas que sofram com o problema. Além disso, pode ser um bom alerta para avaliar quando é importante buscar ajuda profissional.

Para nos ajudar a entender melhor as particularidades da doença, conversamos com a Dra. Lélia de Cassia Faleiros, psicóloga CRP: 06/24801, que é Mestre e Dra. pela USP e co-fundadora do Centro Maiêutica de Psicologia, especialista no trabalho em luto desde 2005.

A depressão é um problema sério e que tem afetado cada vez mais pessoas pelo mundo, por isso é um tema que merece atenção especial. Conheça mais sobre esse assunto nos tópicos abaixo.

Entenda o que é a depressão

Segundo a Dra. Lélia, a depressão é um transtorno de humor multifatorial, ou seja, está relacionado a vários influentes. Ela afeta 5,8% da população do Brasil, aproximadamente 11,5 milhões de pessoas. Pelo mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 300 milhões de pessoas enfrentem o problema.

Alguém com depressão apresenta sinais emocionais como rebaixamento do humor, problemas de autoestima e autoconfiança, sensação de tristeza ou perda. Em casos mais graves, há até pensamentos suicidas.

Além disso, pode acarretar problemas chamados de somáticos, a exemplo de: ansiedade, estresse, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtornos relacionados ao uso de entorpecentes.

O diagnóstico deve sempre ser feito por alguém da saúde, que pode ser um médico clínico geral, psiquiatra ou psicólogo. Para tanto, é preciso que os sintomas durem pelo menos duas semanas. Nesse cenário, uma pessoa sem formação específica não é capaz de identificar a depressão em si ou nos familiares.

Conheça as causas da depressão

Como vimos, trata-se de um problema multifatorial e o profissional observa um panorama do paciente para compreender o seu quadro. A psicóloga também destaca que a doença tem graus (leve, moderado e grave). As causas podem ser:

  • genética — a estimativa é de que fatores genéticos representem 40% de suscetibilidade para a doença;
  • bioquímica cerebral — quando existe a deficiência de alguma substância cerebral essencial, a depressão pode acontecer;
  • eventos vitais — vivências estressantes podem desencadear episódios depressivos em pessoas que tenham predisposição;
  • personalidade — algumas pessoas são mais afetadas pela baixa autoestima e pelo estresse, o que aumenta as chances de desenvolverem a depressão.

Um paciente pode ter mais de um fator causador. O tratamento também precisa observar todo esse contexto, o que reforça a importância de se ter o acompanhamento de um especialista da saúde.

Saiba quais são os primeiros sinais

Alguns sinais podem indicar que se trata de um quadro depressivo e devem servir de alerta para procurar ajuda. De acordo com a psicóloga, eles são:

  • mudança no padrão do sono;
  • falta de energia ou ânimo;
  • diminuição do prazer na rotina;
  • tristeza constante;
  • sentimento de pessimismo e desesperança;
  • mudança de peso e apetite;
  • movimentos físicos mais lentos do que o de costume;
  • pensamentos suicidas;
  • dores de cabeça e problemas digestivos sem causa física aparente;
  • sentimentos de culpa ou remorso constante;
  • irritabilidade;
  • inquietação e ansiedade;
  • pensamento desorganizado.

É importante ter atenção ao perceber a presença desses sinais de maneira recorrente. Alguns deles podem acontecer por outros motivos ou em situações pontuais, mas é fundamental buscar a opinião de um profissional se forem prolongados.

Da mesma forma, se uma pessoa próxima demonstrar esses sintomas, é importante dar apoio e incentivar que ela procure os tratamentos adequados. É preciso que a depressão seja encarada com seriedade e sem preconceito ou tabus.

Entenda como é o tratamento

Dra. Lélia destaca que existem diferentes tratamentos que podem ser combinados. Alguns dependem do acompanhamento do profissional da saúde, como os medicamentos e a psicoterapia.

A psicóloga explica que quando a depressão é leve, o tratamento pode ser feito apenas com a psicoterapia. Porém, em casos moderados e graves, é preciso que também seja feita a intervenção com medicamentos antidepressivos. Tudo depende da avaliação do médico psiquiatra, que verifica qual a melhor forma de proceder.

Além disso, existem medidas que podem ser adotadas por qualquer pessoa para prevenir ou atenuar o problema, como exercícios físicos, ioga e meditação. Cuidar da saúde de maneira geral também é fundamental para manter a qualidade de vida.

Conheça as diferenças entre depressão, luto e tristeza

As pessoas tendem a ficar confusas quanto ao que é depressão, por conta da semelhança dos sintomas com a tristeza que eventualmente é sentida ao longo da vida e também das dores relacionadas a situações ruins vivenciadas.

Sobre isso, a Dra. Lélia esclarece que o luto e a tristeza ocorrem quando perdemos algo ou alguém com forte laço afetivo. Os sintomas que se apresentam nessas situações podem ser os mesmos da depressão e precisar de cuidado e apoio para que sejam superados de forma saudável.

O que diferencia tais eventos isolados da depressão é a duração e a intensidade com que os sintomas acontecem. Por esse motivo, o diagnóstico da doença é algo complexo, que precisa de uma cuidadosa avaliação médica.

Livro para entender mais sobre a depressão

A leitura também pode ajudar a lidar melhor com a doença para quem sofre com ela ou convive com alguém que esteja depressivo. Para compreender melhor sobre as suas particularidades, a psicóloga recomenda o livro “O Demônio do Meio-Dia: Uma Anatomia da Depressão”, escrito por Andrew Solomon.

A obra traz muitas experiências e informações de grandes especialistas sobre o tema, mas de uma maneira adaptada para que as pessoas que não têm formação na área compreendam.

Dessa forma, conhecer mais sobre o que é depressão e os sinais de atenção é importante para cuidar da saúde mental. Buscar equilíbrio na rotina, com as atividades que trazem bem-estar, e saber identificar o momento de procurar ajuda profissional são maneiras de ter mais qualidade de vida e evitar o sofrimento causado pela depressão.

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