Celebrar a vida: o guia completo

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Você tem o hábito de celebrar a vida? Essa é uma pergunta simples, mas que traz à tona uma realidade compartilhada por muita gente em diferentes sociedades e culturas. Isto é, as pessoas estão imersas em tarefas diárias, planos, lidando com problemas e se relacionando umas com as outras.

O tempo passa e, frequentemente, os indivíduos esquecem de valorizar o que é viver e de aproveitar o momento presente. Quando param para se debruçar sobre essa questão, percebem que não reconhecem como todos os dias são únicos e que motivos não faltam para sermos gratos de estarmos aqui.

Mas ainda: que a morte é um processo natural e que faz parte da vida. Portanto, para para vivenciarmos uma partida serena, é fundamental termos aproveitado bem cada segundo ao lado de quem amamos e do que nos traz paz, plenitude e realização.

Por tudo isso, trouxemos um post que aborda o que é a vida, como a relação entre ela e a morte é vista em lugares diversos e que ainda traz dicas de como podemos dar um novo significado à forma como encaramos nossas próprias vidas. Continue lendo e fique por dentro!

A natureza cíclica da vida

A vida é um processo cíclico contínuo, complexo e o mais importante de todo o universo. Um constante episódio de déjà vu. Afinal, ela está constantemente se renovando (e se repetindo). Nascemos, crescemos, nos reproduzimos e morremos. Porém, nossos filhos, netos, bisnetos e afins continuam. Por sua vez, os descendentes deles os substituem posteriormente e assim por diante.

Além de carregar os nossos nomes, eles trilham os mesmos passos que um dia demos. Não raramente, cometem os mesmos acertos e erros, obtêm as mesmas conquistas e perdas. Escrevem histórias que se entrelaçam com contos de façanhas e aventuras que outrora nós mesmos realizamos.

É como ver o ciclo lunar no céu. A lua se transforma a cada sete dias, mas a cada mês recomeça de onde parou e isso segue ao longo do tempo. Isso tudo é visível não só com os seres humanos, mas também com os demais seres vivos que habitam a terra. A vida é uma só e, ainda assim, é uma experiência compartilhada entre diferentes espécies.

Perspectivas culturais sobre a vida e a morte

Na cultura ocidental, é comum a morte ser vista como o ponto final da vida. A única certeza que temos e que buscamos postergar para aproveitar ao máximo o tempo na terra. Pelas religiões, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo, ela é entendida como uma passagem. Um momento de aproximação com o Criador e a certeza de que haverá uma continuidade no pós-vida.

Em geral, a morte é tratada como muito cuidado e respeito, buscando-se permitir a expressão do luto das pessoas próximas a quem partiu. Em algumas regiões europeias (como a Escandinávia) e da América Central (em particular, o México), a morte, assim como a vida, é celebrada. Isso se deve às influências locais das culturas viking e indígenas, respectivamente. O que gera desde cortejos a feriados festivos nessas áreas.

Afinal, os nativos de cada região, vikings e indígenas, não enxergavam a morte como um adeus. Apenas como uma ausência física. Aqueles que faleciam seguiriam existindo, com legados e afetividades eternamente vivos. Por isso, eram recordados e tinham datas para que amigos, familiares e conhecidos honrassem e demonstrassem o carinho que tinham por eles. O que envolve músicas, comidas, danças, rituais etc.

Rituais de celebração da vida

Para além das festas de aniversário, que é o ritual mais popular de celebração da vida, há muitos outros que existem em diferentes culturas e religiões. Eles buscam não só exaltar a mudança de idade, mas momentos que trazem mudanças na realidade das pessoas. Permitindo que elas desempenhem novos papéis, tenham novos aprendizados ou mesmo cresçam e se aprimorem.

É o caso de rituais indígenas que marcam o ingresso dos jovens da aldeia na vida adulta, comemorando essa fase da vida para eles. Há também o bar mitzvá que é uma cerimônia típica do judaísmo e que festeja a entrada dos jovens na maioridade. Na cultura hindu, por sua vez, há o annaprashan um festejo que enaltece o envelhecimento dos bebês e a capacidade deles de consumir alimentos sólidos, uma etapa de transição bem importante da primeira infância.

Celebrando conquistas e realizações

Em diferentes momentos da vida, você vai ter conquistas e realizações próprias ou ver pessoas próximas e de quem gosta muito alcançando elas. Por exemplo, a entrada na faculdade desejada, o emprego com melhores condições, a chegada dos filhos, a mudança de cidade e por aí vai.

Diante disso, muitas pessoas se perguntam se elas devem celebrar ou só seguir adiante. A resposta é simples: celebre cada pequena vitória! Afinal, esse processo se reflete não só no seu bem-estar psicológico, mas também nas suas relações interpessoais. Veja, abaixo, alguns dos principais impactos positivos!

Melhora da autoconfiança e da autoestima

Para começar, a celebração de realizações ajuda você a trabalhar e a melhorar a sua autoconfiança e autoestima. Isso porque você não é menos merecedor que os demais. As suas conquistas são reflexo do seu valor, das suas escolhas e, em particular, da sua garra em lutar e correr atrás pelo que deseja. Portanto, é o momento de aproveitar e curtir os resultados obtidos e de ter a certeza que você pode ir além cada vez mais.

Fortalecimento da resiliência

A celebração de vitórias também é importante para fortalecer e ampliar sua resiliência. Afinal, embora idealizemos que as conquistas sejam obtidas já na primeira tentativa, para muitas pessoas elas só veem, de fato, em uma segunda, terceira ou quarta vez. Ou seja, ao longo do caminho você erra, chega perto, fica em segundo lugar, perde oportunidades etc.

Todas essas experiências fazem parte da vida, mas devemos continuar tentando até alcançarmos nosso objetivo. Para tanto, precisamos ser resilientes. Ou seja, ter equilíbrio emocional para enfrentar e superar os obstáculos. Portanto, uma realização vem para comprovar isso e celebrá-la serve para valorizar sua jornada e o seu empenho em seguir firme diante das adversidades.

Aproximação familiar e comunitária

Um terceiro ponto a se destacar é que a celebração de conquistas e realizações é muito útil para aumentar a sua aproximação com as pessoas. Em particular, familiares, amigos e comunidade onde vive. Afinal, muitas vezes elas acompanham sua trajetória, seu esforço, suas tentativas prévias e todo o tempo focado na sua meta. Agora, elas são convidadas a participar da sua vitória e a estar junto nos momentos de alegria.

Ou seja, você mostra que é importante para si ter essas pessoas ao seu redor, compartilhar com elas cada celebração e reforçar como, em diferentes situações, elas o apoiaram, incentivam e deram força para continuar tentando. Portanto, as conquistas passam a ser coletivas. Aumentando a união entre todos.

Ganho de motivação para novas realizações

Por fim, as celebrações servem como um lembrete de que não é porque você teve uma conquista agora que precisa estagnar para sempre. O futuro pode ser ainda mais promissor se você renovar seus objetivos pessoais e profissionais e traçar novos planos para alcançá-los.

Ou seja, elas vão funcionar como gás para impulsioná-lo a ter novas realizações e colecionar vitórias. Por isso, aproveite esses momentos para ter um panorama positivo sobre si e a vida.

Enfrentando desafios e superando adversidades

A celebração da vida permite que você encare os problemas e adversidades que enfrenta não como provações ou penosidades que apenas causam sofrimento, mas como uma oportunidade de resiliência, amadurecimento e até mesmo ampliação de habilidades e capacidades.

Ela permite que você seja grato e esteja apto a recomeçar, a pedir ajuda quando preciso e a se reinventar quando necessário. Tudo isso transforma você e traz mais qualidade de vida. Abaixo, mostramos algumas dicas de como você pode superar momentos difíceis e tirar grandes aprendizados dessas experiências. Veja!

Avalie a situação e pense antes de agir

Para começar, avalie as situações pelas quais você passa, refletindo sobre elas e as possibilidades que podem se desencadear a partir das suas ações. Isso é importante não só para prever possíveis problemas que podem surgir (e como isso vai acontecer), mas, acima de tudo, para conseguir se preparar para enfrentar os desafios de maneira satisfatória.

Ter uma postura mais autocentrada e com autocontrole emocional é muito importante para evitar arrependimentos que vão afetar sua capacidade de focar no presente. Isso sem mencionar atitudes precipitadas que podem gerar sofrimento para si mesmo e para os outros.

Aprenda com seus erros

Ao errar, não foque em se autocondenar ou autocobrar como se só houvesse isso a ser feito. Ao contrário, procure encarar a situação como uma lição valiosa para a vida e tirar proveito disso. Por essa razão, procure aprender com os seus erros, tentando assimilar o que está por trás deles, como poderiam ser evitados e, acima de tudo, como podem ser corrigidos em ocasiões similares. Isso é importante para mudar comportamentos, repensar atitudes e conseguir se planejar melhor para o futuro.

Não tenha vergonha de pedir auxílio

Quando você estiver de frente para um problema que não consegue resolver sozinho, não se envergonhe ou se menospreze. Tenha em mente que somos seres sociais e que não só podemos, como devemos saber pedir ajuda. Quando você expõe suas dificuldades ou fraquezas, você abre espaço para que pessoas próximas também se sintam confortáveis de fazer o mesmo com você.

Ou seja, a partir daí cria-se uma relação de confiança, apoio e respeito com familiares, amigos e/ou cônjuge que torna suas interações muito mais profundas, sinceras e produtivas.

Conte com apoio psicológico quando necessário

Além de saber pedir ajuda, não tenha receio de contar com apoio psicológico quando for necessário. Afinal, muitas vezes você está vivenciando um turbilhão de emoções e não consegue lidar com o seu estado psicológico e emocional. Como resultado, isso acaba afetando sua funcionalidade e, consequentemente, a forma como você enfrenta e supera adversidades.

Portanto, o atendimento psicológico vai proporcionar os recursos terapêuticos para você restabelecer o seu equilíbrio mental, extravasar positivamente suas emoções e poder encarar os desafios da vida de forma mais confiante e autossuficiente. Vale lembrar que esse tipo de serviço está disponível de maneira particular, pelo plano de saúde, em clínicas-escolas, em grupos psicoterapêuticos etc.

Gratidão e reconhecimento

Outro tópico que não pode ser deixado de fora quando discutimos a importância de celebrar a vida é aprender a praticar a gratidão e o reconhecimento. Afinal de contas, problemas existem e, certamente, não devem ser ignorados ou muito menos minimizados. As emoções que eles geram são válidas e devem, sim, ser respeitadas.

Porém, muitas pessoas acabam se habituando a apenas reclamar, criticar, julgar e praguejar em relação à vida por entenderem isso como um caminho mais fácil. Deixando de valorizar as coisas positivas que acontecem e de fazer o bem a si e ao próximo. Por isso, trouxemos algumas dicas que ajudam a reverter esse cenário e a adotar uma visão mais otimista e esperançosa no dia a dia. Veja quais são elas!

Reconheça a importância das experiências

Para começar, busque mudar a ótica com a qual enxerga suas experiências. Mesmo diante de dificuldades, avalie como essa situação se reflete na sua vida e quais ensinamentos ela proporciona.

Muitas vezes você não percebe, mas um problema hoje é o que o torna mais forte e capacitado para solucionar, sem estresse, um contratempo amanhã. Tudo é uma questão de perspectiva. Por isso, não tenha medo e comece a explorar novos horizontes. Você perceberá que a pessoa que se tornou hoje é resultado de uma série de amadurecimentos proporcionados por obstáculos passados.

Verbalize o quanto você é grato às pessoas

Durante a sua rotina, comece a dizer o quanto você aprecia e valoriza a presença da família e dos amigos na sua vida. Um bom início é elogiá-los pelas conquistas deles, demonstrar que apoia as decisões que tomam e se oferecer para ajudá-los quando eles precisam de suporte.

Mostre-se também disposto a perdoar e ser perdoado por erros do passado e faça o possível para manter o contato frequente com eles. Esteja disposto a fazer parte da vida dessas pessoas assim como cada uma delas faz parte da sua.

Cultive a apreciação da vida

A terceira dica é aprender a apreciar a vida, sendo grato pelo que você tem e o que é, pelo que já conquistou e pelas possibilidades que aparecem diariamente para si. Por exemplo, comece a valorizar o fato de ser física e mentalmente saudável, de ter uma casa própria, de ter uma rede de apoio com quem contar diante de dificuldades, de ter uma carreira etc.

Adote gestos de gentileza 

Além do que foi mencionado, coloque em prática gestos de gentileza com as pessoas próximas, como familiares, amigos, conhecidos etc. Contribuindo para viver em um ambiente harmônico, mostrar interesse genuíno nos outros e ainda solucionar problemas de quem, muitas vezes, está sem ajuda.

Por exemplo, celebre o aniversário das pessoas, ofereça uma carona quando um conhecido não consegue pegar o transporte público, auxilie um colega de trabalho que está muito atarefado, ensine o seu filho a dirigir, indique um amigo para um emprego e por aí vai.

Vivendo o momento presente

Para finalizar o nosso artigo, trouxemos algumas dicas que ajudam você a viver o momento presente. Valorizando o aqui e agora, sendo mais consciente das suas necessidades, respeitando-se mais e, inclusive, tendo conexões mais saudáveis e equilibradas. Tome nota!

Inspire-se no mindfulness

A primeira dica é se inspirar no conceito de mindfulness que prega a atenção plena na sua existência no presente de maneira mais crítica, honesta e compromissada com a verdade. Ou seja, você se autoestimula a reavaliar suas urgências e prioridades, a desacelerar o ritmo, a prestar mais atenção nos seus pensamentos e emoções e a acalmar a sua energia conforme o ambiente em que está.

É um processo que envolve se distanciar momentaneamente da rotina, refletir sobre a vida e não deixar a ansiedade quanto ao futuro se instalar e tomar conta do seu comportamento.

Desapegue-se do que lhe faz mal

Para viver o presente de forma verdadeiramente integral é crucial desapegar de tudo aquilo que lhe faz mal. Aqui podemos incluir hábitos nocivos que prejudicam o seu bem-estar, levam você a adotar uma postura procrastinadora ou mesmo a se autossabotar.

Também entram aqui velhos conflitos, como brigas ou confusões, que possam ter acontecido e gerado mágoas, raiva e/ou ressentimento. É importante aprender a pôr um fim à manutenção desses sentimentos negativos, pois esse costume leva você a ficar preso no passado e a não conseguir viver o aqui e agora.

Livre-se também de manias negativas e que não agregam à sua atenção plena ao presente. É o caso do acúmulo de coisas, da dedicação excessiva a só uma esfera da vida (como o trabalho) e da postura negativa frente aos problemas da vida.

Seja autêntico à sua verdade

Lembre-se de se manter autêntico a quem você é, ao que sente e ao que espera nas relações interpessoais. Saber valorizar e compartilhar sua verdade é muito importante para que você possa fortalecer seus laços, ter uma intimidade mais plena nos relacionamentos e estabelecer um canal fluido de comunicação.

Isso ajuda a reduzir conflitos e desavenças desnecessárias porque os outros não entendem suas atitudes, desconhecem suas preferências ou mesmo não conseguem confiar em você.

Reavalie seus limites pessoais

Outra dica importante é reavaliar quais são seus limites e se eles verdadeiramente atendem às suas necessidades atuais. Em caso negativo, mude-os, sempre priorizando o seu bem-estar em primeiro lugar. Isso porque muitas vezes você os flexibiliza para atender a demanda de outras pessoas e, nesse processo, acaba se prejudicando física e emocionalmente.

Por exemplo, é o que acontece quando você começa a fazer muitas horas extras no trabalho, deixando de descansar e estar com a família, para cobrir um colega ou quando decide ser o único a arrumar tudo em casa. Isso é válido mesmo morando com pessoas que também poderiam ajudar e dividir as funções domésticas.

Outro exemplo é quando você deixa de fazer coisas que gosta e que são prazerosas no seu tempo livre para se dedicar a atividades de fulano ou cicrano apenas para agradá-los.

Dê uma pausa na rotina

Estabeleça semanalmente um período de pausa na sua rotina. Algumas horas nas quais você vai se dedicar única e exclusivamente a si mesmo. Onde você vai investir em autocuidado, relaxamento, práticas de hobby e o que mais o faz feliz.

Por exemplo, ir a um spa, ir a um cinema, maratonar sua série favorita, pegar uma praia em um dia ensolarado, jogar boliche com os amigos etc. O importante é que durante esse tempo não existam preocupações com trabalho ou estudos. Apenas haja o momento presente e todas as maravilhas que ele pode proporcionar.

Desconecte-se para estar no aqui e agora

Por último, reserve um tempo do seu dia para se desconectar do mundo online. Um período em que você não vai usar eletrônicos ou qualquer aparelho digital e ficará sem acesso à internet e, em especial, às redes sociais (como Facebook, X, TikTok, Instagram etc.).

A ideia é que você aproveite esses minutos ou mesmo horas para se dedicar ao presente e ao prazer de uma boa conversa com a sua família durante o jantar, de fazer uma noite de jogos de tabuleiro com os amigos, de contar histórias para as crianças, de pegar um livro físico para folhear e ler e muito mais.

Como foi dito, celebrar a vida é importante para que estejamos conscientes e comprometidos em aproveitá-la enquanto podemos. Compartilhando coisas boas e estando próximo daqueles que amamos. É também a forma de assegurar uma velhice tranquila, sem arrependimentos ou culpa, e uma boa morte quando chegar o momento de dizer adeus. Por isso, aproveite as dicas que apresentamos aqui, mudando a sua postura em relação ao presente e exercitando um olhar mais atento ao agora.

Gostou do post e de todas as reflexões que apresentamos aqui? Pois já sabe: compartilhe com seus amigos e familiares nas redes sociais, convidando mais gente a celebrar a vida!

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