Se você já ouviu o termo fome emocional, mas ficou sem saber o que, de fato, ele significa, não se preocupe. Você não é o único com essa dúvida! Embora seja uma condição conhecida na área da saúde, ela vem ganhando mais destaque nos últimos anos devido aos debates sociais em torno da saúde mental e os cuidados que devemos ter para resguardar o nosso bem-estar psicológico.
Algo que tem ganhado a TV, o cinema, os jornais e, em especial, as redes sociais. Pensando nisso, neste post, nós vamos nos aprofundar no tema, esclarecendo o que é fome emocional, qual a origem, como se manifesta e, inclusive, como tratá-la. Portanto, acompanhe o post até o fim!
O que é fome emocional e como ela funciona?
Ela é uma fome que surge não porque a pessoa tem uma necessidade fisiológica de se alimentar para manter o corpo funcionando adequadamente, mas devido ao desequilíbrio das emoções que vivencia em um determinado momento. Ela pode ser desencadeada por diferentes reações emocionais, como o medo, a alegria, o nojo e o ódio. Contudo, ela é mais comum quando um indivíduo está ansioso ou estressado.
Nesses estados, principalmente quando estão muito intensos, podem ocorrer crises de ansiedade e estresse, nos quais a pessoa não consegue seguir com as atividades corriqueiras do dia a dia. Ao contrário, ficam imersas em preocupação, ruminação de pensamentos, mau-humor, irritação, baixa concentração e com pouco nível de sociabilidade.
Temendo que isso ocorra, alguns sujeitos desenvolvem comportamentos de fuga e esquiva, utilizando a alimentação com uma válvula de escape. Ou seja, ele come para relaxar, buscar refúgio. Se alimenta para tentar recuperar e manter o autocontrole, para reduzir a pressão e aliviar o mal-estar que estão sentindo.
Momentaneamente, o indivíduo tem a sensação de que isso funciona, já que ele se volta completamente para a comida — geralmente, doces, fast food ou itens que fogem a uma dieta saudável. Ou seja, produtos que estimulam a liberação breve de neurotransmissores que provocam a sensação de satisfação e prazer.
Acontece que isso se torna um hábito autossustentável, onde a pessoa repete esse padrão cada vez mais a cada mínimo desequilíbrio psicológico por não conseguir lidar com as próprias emoções. A longo prazo, isso pode causar problemas sérios, como compulsão alimentar, transtornos mentais, obesidade e diabetes.
Quais as diferenças entre a fome emocional e real?
Como ficou claro no tópico anterior, a fome emocional nada mais é do que um comportamento adotado por alguém para manejar as fortes emoções que tem. É o famoso “fulano ficou triste e descontou isso em um pote de sorvete” ou então “ciclano estava tão ansioso que comeu metade de um bolo para se acalmar”.
Já a fome fisiológica é uma resposta do corpo para podermos repor vitaminas, minerais, proteínas e outros nutrientes indispensáveis ao organismo. É uma forma dele evitar não só a desnutrição, mas também a desidratação, casos que podem colocar nossa saúde em risco.
Quais os sintomas da fome emocional?
Para além do impulso de comer para aliviar o sofrimento psicológico, há outros sintomas frequentes nessa condição. A primeira delas é comer em excesso. Ou seja, em grandes quantidades e repetindo o número de refeições durante intervalos curtos de tempo.
Outro exemplo é o se sentir culpado por comer dessa forma “descontrolada”, sair de uma dieta muitas vezes seguida à risca e até se alimentar de produtos que a pessoa não costuma consumir.
É o caso de quem é intolerante à lactose e que, nos momentos de fome emocional, come justamente alimentos feitos com leite. Esse sintoma também aparece com frequência quando há um aumento de peso em decorrência desse quadro. O que pode acarretar baixa autoestima e sensação de impotência.
Quais as causas da fome emocional?
A principal causa está no estado emocional da pessoa. Isto é, na intensidade, duração e valor (positivo ou negativo) que é dado ao que é sentido. Esses três aspectos, juntos, podem causar muito desconforto psicológico e físico, levando a pessoa a manifestar a chamada fome emocional.
Além disso, há outros fatores que contribuem para o surgimento desse problema. Por exemplo, a morte de uma pessoa muito querida — o que pode levar a um processo de luto mais complicado —, a demissão de um emprego, o divórcio de um casamento de décadas, um investimento arriscado que não pode ser recuperado, um imóvel que é destruído em um desastre natural etc.
Ou seja, situações de perda afetiva, relacional e material que agravam significativamente a vivência de emoções negativas.
Existe tratamento para esse problema?
A resposta é sim. Para tanto, a pessoa deve começar um acompanhamento psicológico semanal por meio do qual vai aprender a lidar com as emoções de maneira mais equilibrada. Assim, ela consegue saber como regulá-las em situações ansiogênicas e estressantes, como fazer uma reavaliação cognitiva dos próprios sentimentos e conhecer sobre estratégias comportamentais que ajudam a reduzir esse problema.
Para completar, o profissional vai trabalhar junto ao paciente para que este reconheça causas e gatilhos dessa fome emocional e até mesmo identifique relações com possíveis transtornos mentais. O que, consequentemente, vai demandar uma abordagem mais ampla para tratar todas essas questões.
Em alguns casos, também será recomendado o acompanhamento psiquiátrico. Afinal, a pessoa pode ter queixas médicas que precisam de atendimento, perda acentuada de funcionalidade no dia a dia, condições físicas que contribuem para essa condição e até mesmo alterações significativas de humor, sono, apetite e afins que vão demandar o uso de medicamentos.
E então, tirou suas dúvidas sobre o que é fome emocional? Pois fique atento aos sinais! Para tanto, praticar o autoconhecimento é fundamental, pois é uma prática que ajuda a saber como identificar o problema e a entender quando é hora de procurar ajuda profissional. Assim, fica mais fácil tratar a condição e, acima de tudo, recuperar o bem-estar físico e emocional.
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